quinta-feira, 27 de junho de 2013

Como saber quando é correto usar onde e aonde?

Ambos são advérbios usados para indicar lugares, porém a preposição a de aonde indica que essa palavra deve ser usada somente quando estiver relacionada a verbos que pedem tal preposição e a orações que sugerem movimento. Isso ocorre em "Aonde você vai?" - já que quem vai sempre irá a algum lugar - e "Aonde ele está me levando?", pois quem leva tem de levar alguém ou algo a um lugar. Para conferir se o uso está correto, basta substituir aonde por para onde: "Para onde você vai?"Onde deve ser relacionado a situações que fazem referência a um lugar e quando a ideia de movimento não está presente. Por exemplo: "O bairro onde você mora é perigoso" e "Não conheço a cidade onde minha mãe nasceu". 
Mesmo sabendo essas regularidades, é importante atentar para mais um detalhe. Onde somente deve ser empregado para designar locais físicos, ou seja, não pode ser usado em situações como "Ele conta piadas onde a vítima é sempre um português". Nesse caso, o correto é usar em que. 
Consultoria Ernani Terra, professor de Língua Portuguesa e autor de livros didáticos e paradidáticos.



O que é o projeto político-pedagógico (PPP)

O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade. Saiba como elaborar esse documento


Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:
É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.
Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:
·        Missão
·        Clientela
·        Dados sobre a aprendizagem
·        Relação com as famílias
·        Recursos
·        Diretrizes pedagógicas
·        Plano de ação
Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo (leia as dicas práticas). "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos", diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.

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1O que é o PPP?


10 erros mais comuns nas festas escolares

Aulas perdidas, desrespeito à diversidade cultural e à liberdade religiosa... Saiba como evitar esses e outros equívocos

Durante o ano, temos 11 feriados nacionais - na média de um a cada cinco semanas -, um monte de datas para lembrar pessoas (Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, do Índio) e fatos históricos (Descobrimento do Brasil, Proclamação da República). Sem contar os acontecimentos de importância regional. Nada contra eles. O problema é que muitas vezes a escola usa o precioso tempo das aulas para organizar comemorações relacionadas a essas efemérides. O aluno é levado a executar tarefas que raramente têm relação com o currículo. Muitos professores acreditam que estão ensinando alguma coisa sobre a questão indígena no Brasil só porque pedem que a turma venha de cocar no dia 19 de abril - o que, obviamente, não funciona do ponto de vista pedagógico. 
Festas são bem-vindas na escola, mas com o simples - e importante - propósito de ser um momento de recreação ou de finalização de um projeto didático. É a oportunidade de compartilhar com os colegas e com os familiares o que os alunos aprenderam (leia mais no quadro abaixo). No entanto, não é isso que se vê por aí. A seguir, os dez principais equívocos dos eventos escolares.

1. Usar as datas festivas como base para o currículo
Essa palavra estranha tem origem na astronomia e dá nome a uma tabela que informa a posição de um astro em intervalos de tempo regularmente espaçados. No popular, o termo é usado no plural e significa a seqüência de datas lembradas anualmente. Algumas têm dia fixo (Independência, Bandeira); outras, não (Carnaval, Dia das Mães). Até aí, nada de mais. O problema é quando a escola usa tudo isso como base para montar o currículo. "Planejar o ano letivo seguindo efemérides desfavorece a ampliação de conhecimentos sobre fatos e conceitos", afirma Marília Novaes, psicóloga e uma das coordenadoras do programa Escola que Vale, de São Paulo. Exemplo? Dia do Índio. A lembrança não envolve estudos sobre as questões social, histórica e cultural das nações indígenas brasileiras. Para haver aprendizagem, é preciso muita pesquisa e mais do que um dia festivo. Outro caso? Folclore. A escola é invadida por cucas, sacis e caiporas em agosto, já que o dia 22 é dedicado a ele por decreto. Ora, se o planejamento prevê o uso de parlendas e trava-línguas durante o processo de alfabetização e de estruturas narrativas, no ensino de Língua Portuguesa, que tragam informações sobre tradições, crenças e elementos da cultura popular, isso basta para que o tema seja tratado em qualquer época. Sem contar os tópicos cuja expressividade é questionável (Semana da Primavera) ou controversa, como o Dia dos Pais e o das Mães: "Enfatizar datas comerciais como essas é ignorar as mudanças no perfil da família brasileira, que nem sempre conta com as duas figuras em casa", completa a psicóloga.

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1Usar as datas festivas como base para o currículo


Discuta a importância da liberdade de expressão para a democracia
Convide a turma a discutir a relação entre o conceito de democracia através dos tempos e a importância das liberdades individuais para sua existência


Objetivos
- Discutir com os alunos algumas questões relativas à democracia
- Compreender a relação entre democracia e liberdade de expressão
- Relacionar a liberdade de expressão com a liberdade de imprensa

Conteúdos
- Conceito de democracia
- Democracia e conflito
- Liberdade de expressão


Material necessário
Cópias da entrevista com "Contra dois inimigos" (Veja, 2327, 26 de junho de 2013)

Tempo estimado                                   Duas aulas

Introdução
Os recentes acontecimentos no Brasil trazem ainda mais à tona questões relativas à democracia. É um aspecto fundamental dela que diversos grupos saiam às ruas reclamando direitos. O objetivo desta proposta é tornar mais claro para os alunos alguns aspectos fundamentais sobre a esse conceito, considerando a maneira como ele se relaciona à noção de conflito. Somente com a diversidade, com o embate de pontos de vistas, opiniões e ideias distintas, a democracia pode de fato se constituir. Para tanto, é fundamental o direito de livre expressão das ideias, bem como o livre acesso à informação. Utilize a entrevista "Contra dois inimigos sombrios" com o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, publicada em Veja, para discutir com os alunos esses assuntos.

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Desenvolvimento
1ª etapa
Pergunte à turma o que eles entendem por democracia. Veja se eles concordam com a ideia de que ela se trata de uma grande harmonia na sociedade. Essa colocação é vaga, para que os alunos tenham chance de colocar suas impressões sobre o assunto. A partir das respostas da turma, explique que o ideal da democracia tem origem na Grécia Antiga, mas que desde seu surgimento até nossos dias, sofreu grandes mudanças em sua significação e na maneira como é posto em prática . A visão que se tem hoje sobre esse conceito, de um valor estendido a todos os cidadãos, só consolidou-se no Iluminismo. Se antes, todos eram considerados iguais porque foram criados por Deus do mesmo modo, a partir desse período passaram a ser considerados iguais por serem igualmente racionais. É isso que está por trás da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, redigida na França em 1789. No seu artigo 11, ela afirma que "A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei". Esse texto serviu de base para a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 1948.
A democracia como valor só pode existir quando há a garantia da liberdade de expressão e das opiniões dos indivíduos. Chame a atenção da turma para o fato de que, havendo espaço para opiniões divergentes, ela não pode ser considerada um acontecimento harmonioso. Pelo contrário: para o seu exercício pleno, é preciso que haja embate entre diferentes pontos de vista.
Revela-se, então, um aspecto já presente desde os gregos: é preciso saber ouvir as demais opiniões, ponderá-las, expor as suas próprias, e com isso buscar-se um consenso, que seja fruto desse embate fundamental entre diversas opiniões. Assim, para o ideal de nossas sociedades, não há democracia onde não se tem assegurada a liberdade de expressão.
Distribua aos alunos uma cópia da entrevista com o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, e peça que eles leiam o texto em casa, refletindo sobre ele a partir do que foi exposto em sala de aula.

2ª etapa
Esclareça as dúvidas tenham surgido com a leitura do texto. Peça que eles reflitam sobre a relação entre lei e liberdade de expressão. Dê algum tempo e peça que compartilhem suas opiniões com a turma.
Explique que, apesar de definirmos liberdade como a ausência de coação, isso não significa falta de relação com as normas. As leis têm como obrigação assegurar as liberdades individuais. Para ilustrar isso, mostre os seguintes incisos do quinto artigo da Constituição Federal:
Artigo 5° da Constituição Federal
4 - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato
9 - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença
10 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação
41 - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais

Esses trechos asseguram a livre expressão a todo cidadão, a ilegalidade de qualquer forma de censura, e determinam que violações a esses princípios serão punidas pela lei. Explique que, apesar disso, eles colocam contrapartidas a essa liberdade: é preciso que os indivíduos sejam responsáveis por aquilo que expressam.
Ressalte que a Liberdade de Imprensa se encaixa nesses princípios. A diversidade de opiniões dentro de uma democracia exige tanto um livre acesso a informações (para que esses pontos de vista diferentes se formem), como também a possibilidade dessas diversas opiniões serem comunicadas às demais pessoas sem que haja nenhum tipo de censura.
Embora o termo liberdade de imprensa tivesse antes o sentido restrito de liberdade aos meios de informação impressa, hoje ele se estende a todos os meios de comunicação e informação. Assim, enquanto a liberdade de expressão se refere a todas as formas como os indivíduos se expressam - incluindo, por exemplo, as artes -, a liberdade de imprensa é um caso específico dos veículos jornalísticas. Ambas precisam ser garantidas em um regime democrático e o controle das informações por parte do governo é indício de um Estado ditatorial, no qual os direitos individuais são limitados.
É importante expor que a possível regulação dos meios de comunicação implica não na censura, mas na exigência de responsabilidade pelas informações que são veiculadas.
Peça aos alunos que elaborem em casa um texto opinativo com o tema "Liberdade de opinião, liberdade de informação e democracia", incluindo nisso seus pontos de vista e estabelecendo relações com o conteúdo lido e estudado.

Avaliação
A avaliação deve ser feita pela consideração da participação dos alunos nos debates em sala de aula e pela análise do texto elaborado. Procure observar, durante a leitura, se eles entenderam a noção de democracia como valor e o conflito que ela carrega por conta da oposição entre pontos de vista. Também cheque se eles compreenderam a necessidade de livre acesso à informação para que se formem diferentes opiniões e a eficiência na elaboração de seus argumentos.

Igor Silva Alves Mestre em filosofia pela USP


Como é gerada a energia solar?

Aproveite o tema da sustentabilidade para discutir com a turma o funcionamento das células responsáveis por capturar a energia proveniente da luz do Sol




Objetivos

- Compreender como funciona a célula solar
- Entender conceitos de onda eletromagnética
- Explicar as vantagens e desvantagens da energia solar

Conteúdos 
- Ondas: abordagem de sua natureza e seus efeitos
- Eletricidade: geração e utilização

Tempo estimado                                                   Uma aula

Anos                                                                        Ensino Médio 


Materiais necessários 
- Cópias da reportagem: "Avião solar chega a Washington após cruzar os EUA", publicada no site de Veja

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Desenvolvimento
1ª etapa

Questione os alunos sobre os rumos da sociedade em relação ao futuro da energia elétrica. Relembre que as usinas hidrelétricas são a principal fonte energética no Brasil e levante discussões sobre as novas unidades que estão sendo construídas, como Belo Monte. Não se atenha muito sobre ser a favor ou contra sua construção e foque no mote da aula. Encaminhe os diálogos questionando os alunos sobre fontes alternativas, como a energia maremotriz (vinda das marés), termonuclear, solar e eólica. Estas duas últimas seriam as principais opções, pois causam menor dano ambiental, aproveitando algo disponível na natureza em abundância e de graça. Entretanto, ambas têm inúmeras limitações e altos custos, que inviabilizam seu emprego como fonte única em grandes cidades. Aproveite o gancho e diga aos alunos que a aula será sobre a célula fotovoltaica, também chamada de célula solar, uma das responsáveis pela geração de energia a partir da luz do Sol.
Mesmo depois de 130 anos da construção da primeira célula, o aproveitamento desse tipo de energia é muito pequeno, se comparado à quantidade de luz que chega à Terra. Um painel solar transforma em eletricidade entre 10 e 20% da energia incidente. Isso significa que 1000W coletados em um painel de 1m² se transformaraem em, no máximo, 200W de potência útil. Isso seria suficiente para ligar apenas um computador portátil. Contudo, o grande limitador para o uso desse tipo de energia não é a baixa eficiência e sim a ausência da fonte primária, o Sol, durante o período noturno. Nesse contexto, os cientistas trabalham duro para criar novos tipos de células e baterias.
Antes de destrinchar sobre o funcionamento da célula fotovoltaica, provoque a curiosidade dos alunos através de exemplos de aplicação dos painéis solares. Neste momento leia com a turma cópias da reportagem "Avião solar chega a Washington após cruzar os EUA."

2ª etapa 
Despertada a curiosidade pelo tema, agora é o momento da explicação. Para que haja coerência e compreensão dos alunos, eles vão ter que encarar as ondas eletromagnéticas de forma diferente do usual: além dos campos elétricos e magnéticos, ela é composta também por uma partícula chamada fóton, que se comporta ora como onda, ora como matéria. O caráter dual desse tipo de radiação permite alguns belos fenômenos naturais como a formação da calda dos cometas e das auroras boreais (entenda melhor essa relação no plano de aula "Dualidade Onda-partícula").
Após esclarecer esse conceito, explique que uma célula fotovoltaica é composta basicamente por duas camadas de um semicondutor (material que conduz eletricidade em condições específicas): uma camada P positiva (devido a algumas lacunas de elétrons na sua última camada) e outra camada N negativa (devido ao excesso de elétrons na estrutura molecular). Entre as camadas há uma membrana de junção.
O processo ocorre da seguinte maneira: quando há incidência de luz na camada P, os fótons interagem com os elétrons da superfície, forçando-os a migrar para a camada N. Em outras palavras, devido ao choque com a onda de luz, os elétrons partem da camada P em direção à N.
Esses elétrons forçados a migrar para a camada N promovem um campo elétrico que será o estímulo para a corrente elétrica surgir assim que houver um caminho para retornar à camada P. O próximo passo é fazer uma conexão através de fios condutores entre as camadas, para distribuir a energia ali gerada. Um painel solar nada mais é que uma composição de inúmeras células fotovoltaicas.

3ª etapa 
Explicado o funcionamento dos painéis solares, discuta com os alunos sobre sua utilização em larga escala. Proponha o seguinte exercício: considerando-se a potência dos eletrodomésticos abaixo e que cada metro quadrado de painel pode gerar até 200W de potência elétrica, qual seria a área de painéis solares necessária para abastecer sua casa?


Avaliação 
Retome os objetivos propostos no início do trabalho e verifique se a turma entendeu o funcionamento de uma célula solar. A participação do aluno é o principal elemento de avaliação. Outra atividade possível é propor um trabalho para ser entregue em uma aula seguinte, baseado na investigação da potencia média de todos os aparelhos que estejam em funcionamento no horário de pico da casa onde moram.

Ilton Miyazato Professor de Física do Colégio Exatus, em São Paulo (SP).


Aves do Brasil

Cinco jogos exclusivos com planos de aula para você e seus alunos se divertirem enquanto aprendem sobre os biomas brasileiros e sua fantástica biodiversidade







sábado, 22 de junho de 2013

Escola sustentável



Da construção às atitudes simples e cotidianas, o infográfico mostra tudo que a escola deve ter e propor para que alunos, professores e funcionários vivam a sustentabilidade na prática. Navegue pelos pontos e descubra ações eficientes para ajudar o meio ambiente.

Reportagem: Noêmia Lopes e Paula Nadal; maquete: Alessandro Meiguins, Eduardo Denne e Fabiano Silva; fotos da maquete: Dercílio; infografia tec garden e telhado verde: Luiz Iria; animação: Pingado Sociedade Ilustrativa; programação: Renata Aguiar. Consultoria: João Sodré e Álvaro Puntoni (Grupo SP), Maira Del Nero (Cria Arquitetura) e Siegbert Zanettini.


Emilia Ferreiro: a importância da criança escrever conforme suas ideias


A especialista em alfabetização Emilia Ferreiro participou da série Grandes Diálogos, promovida por Nova Escola, Neste vídeo, Emilia fala sobre a importância de valorizar que as crianças escrevam conforme suas ideias.


Emilia Ferreiro: O que as crianças podem aprender na Educação Infantil sobre leitura e escrita


A especialista em alfabetização Emilia Ferreiro participou da série Grandes Diálogos, promovida por Nova Escola, Neste vídeo, Emilia fala sobre a leitura e escrita na Educação Infantil.


Emilia Ferreiro: a dúvida sobre a idade certa para alfabetizar


A maior especialista do mundo em alfabetização Emilia Ferreiro participou da série Grandes Diálogos, promovida por Nova Escola, Neste primeiro vídeo, Emilia fala sobre alfabetização e idade certa.



Diálogo sobre escola e família

Veja o vídeo em que a mestre em Psicologia Escolar e especialista em Relações Interpessoais Carolina de Aragão Escher Marques responde a questões de pais e professores sobre a relação entre escola e família. O tema da conversa está na reportagem de capa da revista Nova Escola de junho.



Barroco: exageros, oposições e esplendor na literatura e nas artes

Discuta as origens do Barroco no Brasil, suas manifestações nas diferentes artes e as diferenças de contexto histórico nas regiões nas quais ele se desenvolveu



Conteúdos
- As origens do Barroco e suas múltiplas manifestações artísticas e
Literárias
- A Literatura e as Artes nos dois momentos do Barroco no Brasil 

Objetivos
- Apresentar as principais características da arte barroca, em suas múltiplas representações (na literatura, artes, música e arquitetura)
- Demonstrar as características do Barroco no Brasil Colonial
- Diferenciar as manifestações literárias do século 17, relacionadas a um contexto histórico, geográfico e artístico distinto dos seus correlatos artísticos, arquitetônicos e musicais do século 18
- Observar e reconhecer obras artísticas e literárias dos principais nomes do Barroco, dando destaque à produção luso-brasileira e suas características originais 
- Ler trechos selecionados da obra de Antonio Vieira e Gregório de Matos Guerra
- Ouvir trechos selecionados da obra de compositores barrocos, europeus e brasileiros
- Produzir trabalhos em equipes, fazendo uso de recursos multimídia disponíveis, sobre temática relacionada ao Barroco

Tempo estimado                           Quatro aulas

Materiais necessários
- Cópias da reportagem "Até parece milagre" (Veja, 2326, 19 de junho de 2013)
- Trechos da obra de Gregório de Matos Guerra (1636-1695), disponíveis aqui
- Trechos do "Sermão da sexagésima", Padre Antonio Vieira (1608-1697), disponíveis aqui 
- Imagens e ilustrações selecionadas de obras de pintores e escultores barrocos, bem como da arquitetura barroca brasileira
- Trechos selecionados de obras musicais de compositores barrocos
- Computador, projetor de imagens e aparelho para reprodução de som

Introdução
Por sua profícua e multifacetada produção estética, em vários campos das artes e da literatura, durante um período de pouco mais de duzentos anos, é possível oferecer uma abordagem transdisciplinar do Barroco, que pode tornar o estudo deste conteúdo bastante atrativo. Os princípios estéticos do período, em especial a ideia de uma arte ultrarrealista e funcional, tornaram-se padrão como parte da reação à expansão do Protestantismo na Europa, iniciada com o Concílio de Trento. 
Pode-se dizer que o Barroco foi um período em que as influências neoclássicas e o esplendor técnico do Renascimento extrapolaram seus limites. Um dos objetivos da arte sacra barroca era oferecer dinamismo ornamental e dramático através da representação de cenas vivas da liturgia, com seus elementos simbólicos sempre marcados pelos contrastes, por vezes violentos, sempre revoltos, quase sempre exagerados. Isso leva às características intensas e impactantes que marcam a arte figurativa e a arquitetura barroca. 
Na arte sacra brasileira, tais opções estéticas resultaram na grande dramaticidade, em que as cenas retratadas surgem através de suas esculturas, pinturas, objetos funcionais e litúrgicos, da arquitetura dos templos, prédios administrativos e do estilo urbano de organização, passando pelas obras artísticas e musicais sacras, criadas para acompanhar missas, exéquias e demais ofícios religiosos. O artista projetava o produto artístico, não importando que se tratasse da fachada de uma igreja, dos detalhes entalhados nas suas colunas internas, de uma sala com jogo de luz envolvente, de esculturas representando a hagiografia católica, que recheavam seus altares e vitrais, projetados a partir de um clima de radical oposição entre o obscuro e o iluminado, o religioso e o profano, a dor e a exaltação, o despojamento e a ostentação. O exagero barroco conseguia abrigar toda a alegoria formal, musical e litúrgica que as técnicas artísticas podiam oferecer.
No Brasil, o Barroco teve importância fundamental na organização social da colônia. As características e o momento do Barroco colonial são diferentes do seu correspondente europeu. Mesmo assim, a literatura barroca é claramente influenciada, na forma, nos temas, no rebuscamento, nos jogos de palavras, pelos moldes do Barroco ibérico. É considerada a primeira manifestação de prosa e poesia autênticas a se produzir na colônia porque, tendo como inspiração os aspectos naturais, sociais e espaciais da terra, os autores coloniais criaram uma obra luso-brasileira - a que podemos nos referir como um período de "literatura colonial de influência barroca", já que as condições precárias da organização social da colônia não permitem falar em "escola literária". É de fato uma manifestação luso-brasileira nativista, que acabaria sendo uma das gêneses da literatura romântica e nacionalista do século 19. 
As diferenças entre a literatura e as demais artes barrocas no Brasil são marcadas pelos diferentes tempos e locais em que ocorreram: Vieira pregava seus sermões no Maranhão e na Corte portuguesa, enquanto Gregório de Matos criticava a corrupção da sociedade baiana, ao mesmo tempo em que galanteava suas donzelas, um século e meio antes do surgimento dos marcos arquitetônicos, artísticos e musicais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. É importante esclarecer essas particularidades, e explicar que no século 18, corresponde ao Barroco artístico e arquitetônico o movimento literário do Arcadismo. 
A reportagem de VEJA destaca o roteiro turístico criado especialmente para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece no Rio de Janeiro no mês de julho, e oferece um passeio guiado pelas principais igrejas barrocas da cidade. A reportagem pode oferecer um bom estímulo para se trabalhar os conceitos da literatura e das artes deste período que marcou a formação do Brasil Colonial.
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Desenvolvimento

1ª etapa: As origens e o desenvolvimento do Barroco, na Europa e no Brasil Colonial
Selecione e reproduza trabalhos significativos da arte e arquitetura barrocas, bem como trechos de peças musicais de autores barrocos. Procure intercalares os estudos literários a trechos de obras que possam corresponder às suas características.
Forme equipes de alunos, e os oriente a sistematizar o aprendizado com apresentações. Peça para os grupos serem criativos em relação ao uso dos recursos disponíveis na escola. A ideia é que cada equipe fique responsável pela apresentação de um produto. Seja uma apresentação em PowerPoint, um fanzine, um blog, um vídeo, uma redação, um trabalho de artesanato ou ainda uma esquete artística ou roteiro musical, o que importa é que os alunos sistematizem o conteúdo em uma produção que reflita e dê sentido ao que aprenderam.
 Faça uma apresentação geral do Barroco. Conte brevemente sobre suas origens na Itália e sua difusão pelos países católicos da Europa e da América, entre o fim do século 16 e a primeira parte do século 18. Projete para a turma uma seleção de algumas imagens do Barroco europeu. Sugestões: obras de Bernini, Rubens, Phillipe de Champaigne, Pietro da Cortona, entre outros.
Aponte nas ilustrações algumas das características do estilo barroco: o exagero formal, a exuberância dos detalhes, as tensões e contrastes quase paradoxais entre o claro/escuro, o materialismo grandioso e os temas sagrados, a explosão de luz e cor, o ardor piedoso em oposição ao êxtase das epifanias. Diga aos alunos que tais características encontram correlações no estilo literário e arquitetônico do Barroco no Brasil Colonial. 
Divida a turma em quatro ou cinco grupos, que deverão ser responsável pela apresentação de um produto, ao final desta sequência. 
Distribua à turma cópias da reportagem "Até parece milagre", de Veja, e oriente uma leitura reflexiva. Depois, abra para comentários sobre o texto. Questione o que representa, individualmente, a palavra "barroco". Anote na lousa algumas das respostas. Pegue o gancho das melhores respostas e discorra sobre a cronologia do Barroco, seu contexto histórico, artístico e social. Explique o significado da palavra "barroco" (vem da antiga palavra portuguesa "barrueco", que significava pérolas disformes) e como ela é representativa do estilo. Demonstre que as manifestações literárias barrocas no Brasil ocorreram no século 17, (principalmente com Antonio Vieira e Gregório de Matos), enquanto a explosão artística e arquitetônica ocorre no século 18, devido à descoberta do ouro em Minas Gerais. Esclareça que, quando se fala em Barroco no Brasil Colonial, refere-se a dois momentos distintos: o Barroco Literário e Arquitetônico do século 17, que acontece na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão, e está relacionado com o ciclo da cana de açúcar, cujos representantes literários principais são Gregório de Matos (poesia lírica, satírica e religiosa) e o padre Antonio Vieira (sermões), e o Barroco do século 18, também chamado de "Barroco Tardio", ou ainda "Barroco mineiro", cujo esplendor artístico e arquitetônico corresponde ao Arcadismo na literatura, e está relacionado com o ciclo do ouro em Minas Gerais. Seus representantes principais nas artes são o Aleijadinho, Lobo de Mesquita, Caetano da Costa Coelho, Mestre Ataíde, entre outros.
Finalize a aula distribuindo à turma o texto de um dos autores barrocos pré-selecionados. Pode ser um poema lírico, satírico ou religioso de Gregório de Matos, ou um pequeno trecho ou parágrafo de um sermão de Vieira. Faça uma leitura dirigida do texto escolhido destacando as características encontradas, sempre retomando a proximidade com as outras artes. 
Como atividade para casa, peça às equipes que pesquisem sobre a vida de Antonio Vieira e Gregório de Matos, e também sobre os conceitos de cultismo e o conceptismo. 

2ª etapa: A obra literária de Vieira e Gregório de Matos
Retome a abordagem apresentando as características do Barroco como um movimento literário marcado pela intensidade dos conflitos, a impulsividade, as formas e temáticas contraditórias. Destaque que o barroco é uma arte multifacetada, representada pelos contrastes entre o claro e o escuro, o corpo e a alma, a vida e a morte, o paraíso ou a danação, o divino e o humano.
Peça aos grupos que apresentem o resultado do trabalho, com um breve relato sobre a vida dos dois autores e também, em linhas gerais, expliquem o que descobriram sobre o cultismo e o conceptismo. O conceptismo, como indica seu nome, trata da concepção ideológica, buscando deixá-las claras e evidentes para o ouvinte/leitor. O cultismo, por sua vez, é o culto à forma: o texto barroco marcado pelo rigor formal de sintaxe e forma poética, fazendo uso exagerado das figuras de linguagem, dos jogos de palavras e dos paradoxos.
Para exemplificar o conceptismo e o cultismo, selecione trechos do "Sermão da Sexagésima" de Antonio Vieira, e da poesia "Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das maravilhas", de Gregório de Matos. As características marcantes destes conceitos se expressavam nos textos principalmente por meio da linguagem composta por jogo de palavras, que visava surpreender e chamar atenção do leitor por conta não só do seu rebuscamento formal, mas principalmente pela atitude reflexiva e filosófica, em relação à lógica das construções.
Caso considere pertinente, apresente um esquema do sermão, destacando suas principais linhas retóricas. O "Sermão da Sexagésmia" foi inspirado na "Parábola do semeador", do Evangelho de Lucas. Vieira afirma metaforicamente que pregar é semear. Compara as partes da parábola ao estilo de oradores de sua época, a quem acusa de serem os culpados pela falta de conversão dos fieis. Na época, o Estado português não estava separado da Igreja, por isso, a conversão dos fieis era também uma ação civilizatória da Coroa. 
Para a construção lógica e conceptista de seus Sermões, Vieira seguia um roteiro, que consistia em a) delimitar a temática, b) subdividi-la, c) usar o Evangelho para confirmar as teses apresentadas, d) utilizar o raciocínio lógico na compreensão do Evangelho, e) confrontar o sermão com seus argumentos contrários; f) concluir de maneira persuasiva, que exortasse o ouvinte a agir de acordo com os preceitos apresentados. Este esquema retórico é o maior exemplo de como funcionava a composição conceptista no texto de Vieira.
Destaque no poema de Gregório de Matos a presença do jogo de palavras, da oposição entre parte versus todo. O texto cultista acaba envolvendo o leitor através de um cromatismo, que está embasado na utilização exagerada de figuras de linguagem, metáforas, paradoxos, comparações, antíteses, sinestesias, além da presença de elementos que trazem duplo sentido, fazem uso de trocadilhos, exageros formais, hipérbatos. O cultismo valorizava o preciosismo nas construções, a forma rebuscada (dando preferência ao soneto), a facilidade com que o autor se relacionava com as palavras. 
Destaque as três vertentes da obra de Gregório de Matos (lírica, religiosa e satírica, esta última responsável pelo apelido "Boca do Inferno" pelo qual o autor ficaria conhecido). Selecione uma poesia de cada vertente (por exemplo: "A D. Angela" (lírica-amorosa); "Buscando a Cristo" (religiosa) e "Descrevo o que era naquele tempo a cidade da Bahia" ou "Epílogos" (crítica-satírica). 
Finalize a aula orientando as equipes a criar um jogral ou uma leitura dramática, para a aula seguinte, a partir de uma poesia de Gregório de Matos ou um trecho de um dos sermões de Vieira.

3ª etapa: A arquitetura e as artes barrocas do século 18
Inicie o encontro organizando a apresentação dos jograis e das leituras dramáticas. 
Retome a apresentação do conteúdo falando sobre a produção artística barroca no século 18. Faça uma breve contextualização histórica: relate o alvoroço causado pela descoberta de ouro nas Minas Gerais no início do século 18 e o rápido desenvolvimento social, urbano, artístico e cultural que ocorreu nas regiões da colônia relacionadas com Minas Gerais.
Explique que o florescimento da arte e arquitetura barrocas só foi possível nesta época porque houve a construção, sob o patrocínio de ordens religiosas ou leigas, de inúmeras igrejas, capelas e santuários, além da organização de escolas de escultores, pintores e decoradores, que seriam responsáveis pelo esplendor do Barroco no Brasil, quando este período já se encontrava em decadência na Europa. Associe o conteúdo desta sequência ao ciclo do ouro, conteúdo estudado em História. 
Faça uma breve apresentação sobre a vida e a obra dos artistas Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), Mestre Ataíde (1762-1830), Francisco Xavier de Brito (? - 1751), Mestre Valentim (1745?-1813). 
Procure destacar, entre as características da arte barroca, sua proximidade com temas religiosos, e os efeitos gerados pelos contrates, jogos de luzes, utilização de determinados materiais que produzem efeitos inusitados, a teatralidade das cenas, o dinamismo realista das figuras, a monumentalidade das construções, a excessiva ornamentação e detalhismo e a sobreposição de planos nas fachadas e nos interiores. 
Ilustre a aula com imagens de obras destes artistas. Sugestões: os Profetas de Congonhas do Campo (Aleijadinho); os afrescos da Igreja de São Francisco, em Ouro Preto (Mestre Ataíde); detalhes da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência (Francisco Xavier de Brito); ou ainda fachadas e altares de igrejas barrocas no Rio de Janeiro e Minas Gerais, como a Igreja de São Francisco de Assis e a Matriz Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto (MG), a Igreja do Ó e a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, com seus detalhes que remetem à arquitetura chinesa, em Sabará (MG); a Igreja da Lapa dos Mercadores (RJ); ou a Igreja de São Francisco de Assis, em São João del Rei (MG). 
Encerre o encontro orientando as equipes para que procurem encontrar semelhanças entre o modo de criação poética dos autores barrocos do século 16 e a arquitetura detalhista, suntuosa e grandiloquente da arquitetura barroca de Minas Gerais. 
Peça que os alunos apresentem os resultados em um trabalho (que poderá ter diferentes formatos), que deverá deixar claros as características e contextos históricos, sociais, artísticos e culturais do Barroco no Brasil Colonial. 

4ª etapa: A música barroca
Após a apresentação dos trabalhos, encerre esta sequência apresentando algumas obras musicais do Barroco. Sugestões: trechos da "Missa em mi bemol número 1", ou da "Missa em Fá Mayor", do compositor brasileiro Lobo de Mesquita, ou trechos da obra de Bach, Vivaldi, Monteverdi, Scarlatti, Antonio José da Silva, Händel. Demonstre que também na música o Barroco possui concepções e temáticas relacionadas às características observadas na literatura, nas artes e na arquitetura.

Avaliação
Ao final da sequência, avalie se os alunos foram capazes de a) entender as origens e a multiplicidade das manifestações artísticas, musicais e literárias do Barroco; b) a cronologia e os locais onde o Barroco se desenvolveu; c) os dois momentos da Literatura e das Artes barrocas no Brasil Colonial; d) a importância do Barroco para as artes nacionais; e) as características da obra literária de Antonio Vieira e Gregório de Matos Guerra. Caso sua escola esteja em uma cidade que possua exemplos do legado da arte barroca, considere a possibilidade de fazer uma visita guiada a um desses locais. Esta é uma excelente forma de fixar e sintetizar os conteúdos estudados.

André Rosa
Professor de Literatura e mestre em Educação, faz parte da equipe do Programa Futuro Integral do SESC/PR