sexta-feira, 5 de setembro de 2014

É possível exercitar o cérebro?

Objetivo(s)
Identificar as principais características do sistema nervoso bem como suas funções vitais
Associar estrutura e função dos componentes do sistema nervoso com o modo como adquirimos e armazenamos informações
Conteúdo(s) 
Funcionamento do sistema nervoso
Aspectos da biologia humana
Funções vitais do organismo humano

Ano(s)

Tempo estimado                Quatro aulas

Material necessário
·               Computadores com acesso à internet
·               Cópias da reportagem "A universidade do futuro", (VEJA 2360, 3 de abril de 2013)
·               Projetor de imagens.
·               Cópias da reportagem "E se a gente usasse 100% do cérebro?", publicada no site da revista Superinteressante.

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
A reportagem "A universidade do futuro", publicada em VEJA, convida-nos a partir da entrevista do neurocientista Stephen Kosslyn a estudar um pouco mais sobre o sistema nervoso e a reportagem "Enxergar o futuro" traz novas pesquisas sobre a capacidade de nosso cérebro de prever movimentos através da leitura da linguagem corporal. Aproveite esses planos de aula para trabalhar a fisiologia humana, bem como traçar as relações entre as estruturas e suas funções, além de destacar as características mais importantes desse sistema.
Inicie a aula investigando o que os alunos sabem sobre sistema nervoso e as aplicações da Neurociência. Converse com a turma e, durante essa conversa, lance perguntas do tipo: é possível exercitar o cérebro? O que garante um aprendizado maior: refletir ou repetir? Qual a importância da imaginação? Diga à classe que o sistema nervoso é o sistema responsável por controlar a maioria das funções do nosso corpo. Assim, esse sistema é a chave integradora entre o organismo e o ambiente. Os neurônios, unidade funcional desse sistema, comunicam-se por meio de sinapses e por eles são propagados impulsos nervosos.

Pergunte a turma se a direção da transmissão do impulso nervoso influencia o processo. Caso eles não saibam, explique para eles que sim. Esse é o momento de explicar em detalhes o que é o neurônio. Ele é constituído por 3 partes: dendrito, corpo celular e axônio. Porém, a transmissão do impulso só se realiza no sentido dendrito - axônio. Através dos circuitos neurais, o nosso corpo consegue produzir respostas que podem caracterizar comportamentos fixos e invariantes como, por exemplo, os nossos reflexos ou a produção de comportamentos variáveis.
É comprovado que os organismos que possuem sistema nervoso são capazes de alterar comportamentos em resposta a experiências já vivenciadas. Comece a dirigir alguns questionamentos mais específicos, e vá anotando essas perguntas na lousa. Pergunte como aprendemos o que é certo ou errado e como se dá o aprendizado em nosso cérebro. Além disso, peça para os alunos identificarem na reportagem "Enxergar o futuro" exemplos de reações dos atletas a movimentos de seus oponentes. Essas questões devem ser o pontapé inicial para discutir o tema, portanto, elas não precisam ser necessariamente respondidas nessa etapa da aula - esse momento servirá muito mais para constatar o nível de conhecimento dos alunos sobre o assunto.

2ª etapa
Inicie a aula distribuindo as cópias da reportagem "A universidade do futuro" para os alunos, orientando-os a realizar uma leitura individual.  Peça que eles destaquem trechos significativos da entrevista, além dos termos que eles não conhecem.
Uma vez feita a leitura, organize a turma em um círculo e peça que eles façam suas considerações, expondo o que acharam do texto, quais são suas principais dúvidas e quais foram as informações mais relevantes. Explicite, nesse momento, a necessidade de compreender o funcionamento do cerébro para entender completamente o conteúdo da entrevista.
Em seguida, retome as perguntas da primeira etapa. Diga aos alunos que por meio de uma propriedade chamada de plasticidade cerebral o sistema nervoso consegue fazer alterações comportamentais em função de conhecimentos passados. Isso é chamado de aprendizado. Assim, os neurônios não só são capazes de interpretar, armazenar e emitir respostas a estímulos como também são capazes de, a partir de novas informações, provocar rearranjos em suas conexões sinápticas, resultando em novas aprendizagens. Ou seja, quanto mais exercitamos o nosso cérebro, mais circuitos neurais são formados, ocorrendo assim uma reconfiguração dendrítica e a alteração da atividade sináptica de um circuito neural. É essa alteração constante que permite que possamos ter novas habilidades (sejam elas emocionais, cognitivas ou motoras) e aperfeiçoar as habilidades existentes. Com certeza, refletir é melhor do que apenas repetir. Isso porque quando refletimos sobre determinado assunto mais chances teremos de lembrar sobre isso, porque a reflexão vai desencadear associações mentais entre o novo assunto e os que já existem. Ao contrário de apenas repetir várias vezes determinada fórmula ou assunto, assim o cérebro não cria conexões e dificilmente esse assunto será lembrado no futuro. A imaginação pode ser muito importante ao elucidar questões do cérebro, como déficits mentais e ajudar no ensino escolar.
Distribua cópias da reportagem "E se a gente usasse 100% do cérebro?" para a turma, orientando a leitura em casa como atividade complementar.

3ª etapa
Inicie a aula conversando com a turma sobre as divisões do Sistema Nervoso. Diga aos alunos que o Sistema Nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) - estruturas localizadas dentro da caixa craniana e da coluna vertebral e Sistema Nervoso Periférico (SNP) - demais estruturas do sistema nervoso. Divida a classe em dois grandes grupos, sendo que cada um ficará responsável por uma parte do sistema nervoso, ou seja, um grupo responsável pelo SNC e outro pelo SNP.  Leve os alunos até a sala de informática e peça que eles, com o auxílio da internet, pesquisem quais são essas estruturas e suas respectivas funções. Caso não haja essa possibilidade, a pesquisa deve ser orientada para casa. Após a pesquisa, os grupos deverão organizar um pequeno seminário para apresentar seus resultados para a outra metade da turma. Reforce que a forma da apresentação é livre, mas ela precisa dar conta de alguns itens: os componentes dos sistemas, suas funções no processo de transmissão das informações e o que eles precisam para funcionar.

4ª etapa
Retome a reportagem e utilizando o modelo da entrevista como exemplo, peça aos grupos que criem perguntas para entrevistar o outro grupo. As perguntas que não forem respondidas podem ser pesquisadas na sala de informática com o auxílio da internet e do professor.
Verifique com o professor de Português se a turma já trabalhou o gênero dos artigos de opinião. Em caso afirmativo, proponha o desenvolvimento de uma atividade conjunta, que pode ser realizada tanto na aula de Biologia quanto de Português. Oriente os alunos a organizar as respostas obtidas durante a entrevista com a outra parte da turma. Elas, juntamente da pesquisa feita pelo próprio aluno e da entrevista com Stephen Kosslyn, serão as fontes para a elaboração de um artigo onde eles explicitem sua opinião sobre a seguinte questão: é possível exercitar o cérebro?

Avaliação
Utilize como itens avaliativos a participação dos alunos nas aulas e discussões, a pesquisa realizada, a participação na construção das perguntas para entrevista e nas apresentações e as redações produzidas. O que deve ser avaliado essencialmente é a capacidade argumentativa dos alunos e se os argumentos utilizados são resultados da compreensão genuína dos dados estudados e debatidos durante a aula.


Discuta a importância da liberdade de expressão para a democracia

Objetivo(s)
- Discutir com os alunos algumas questões relativas à democracia
- Compreender a relação entre democracia e liberdade de expressão
- Relacionar a liberdade de expressão com a liberdade de imprensa

Conteúdo(s)
- Conceito de democracia
- Democracia e conflito
- Liberdade de expressão

Ano(s)

Tempo estimado                                             Duas aulas


Material necessário
Cópias da entrevista com "Contra dois inimigos" (Veja, 2327, 26 de junho de 2013)

Reportagem de VEJA:

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
Os recentes acontecimentos no Brasil trazem ainda mais à tona questões relativas à democracia. É um aspecto fundamental dela que diversos grupos saiam às ruas reclamando direitos. O objetivo desta proposta é tornar mais claro para os alunos alguns aspectos fundamentais sobre a esse conceito, considerando a maneira como ele se relaciona à noção de conflito. Somente com a diversidade, com o embate de pontos de vistas, opiniões e ideias distintas, a democracia pode de fato se constituir. Para tanto, é fundamental o direito de livre expressão das ideias, bem como o livre acesso à informação. Utilize a entrevista "Contra dois inimigos sombrios" com o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, publicada em Veja, para discutir com os alunos esses assuntos.
Pergunte à turma o que eles entendem por democracia. Veja se eles concordam com a ideia de que ela se trata de uma grande harmonia na sociedade. Essa colocação é vaga, para que os alunos tenham chance de colocar suas impressões sobre o assunto. A partir das respostas da turma, explique que o ideal da democracia tem origem na Grécia Antiga, mas que desde seu surgimento até nossos dias, sofreu grandes mudanças em sua significação e na maneira como é posto em prática . A visão que se tem hoje sobre esse conceito, de um valor estendido a todos os cidadãos, só consolidou-se no Iluminismo. Se antes, todos eram considerados iguais porque foram criados por Deus do mesmo modo, a partir desse período passaram a ser considerados iguais por serem igualmente racionais. É isso que está por trás da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, redigida na França em 1789. No seu artigo 11, ela afirma que "A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei". Esse texto serviu de base para a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 1948.
A democracia como valor só pode existir quando há a garantia da liberdade de expressão e das opiniões dos indivíduos. Chame a atenção da turma para o fato de que, havendo espaço para opiniões divergentes, ela não pode ser considerada um acontecimento harmonioso. Pelo contrário: para o seu exercício pleno, é preciso que haja embate entre diferentes pontos de vista.
Revela-se, então, um aspecto já presente desde os gregos: é preciso saber ouvir as demais opiniões, ponderá-las, expor as suas próprias, e com isso buscar-se um consenso, que seja fruto desse embate fundamental entre diversas opiniões. Assim, para o ideal de nossas sociedades, não há democracia onde não se tem assegurada a liberdade de expressão.
Distribua aos alunos uma cópia da entrevista com o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, e peça que eles leiam o texto em casa, refletindo sobre ele a partir do que foi exposto em sala de aula.

2ª etapa
Esclareça as dúvidas tenham surgido com a leitura do texto. Peça que eles reflitam sobre a relação entre lei e liberdade de expressão. Dê algum tempo e peça que compartilhem suas opiniões com a turma.
Explique que, apesar de definirmos liberdade como a ausência de coação, isso não significa falta de relação com as normas. As leis têm como obrigação assegurar as liberdades individuais. Para ilustrar isso, mostre os seguintes incisos do quinto artigo da Constituição Federal:

Artigo 5° da Constituição Federal
4 - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato
9 - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença
10 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação
41 - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais

Esses trechos asseguram a livre expressão a todo cidadão, a ilegalidade de qualquer forma de censura, e determinam que violações a esses princípios serão punidas pela lei. Explique que, apesar disso, eles colocam contrapartidas a essa liberdade: é preciso que os indivíduos sejam responsáveis por aquilo que expressam.
Ressalte que a Liberdade de Imprensa se encaixa nesses princípios. A diversidade de opiniões dentro de uma democracia exige tanto um livre acesso a informações (para que esses pontos de vista diferentes se formem), como também a possibilidade dessas diversas opiniões serem comunicadas às demais pessoas sem que haja nenhum tipo de censura.
Embora o termo liberdade de imprensa tivesse antes o sentido restrito de liberdade aos meios de informação impressa, hoje ele se estende a todos os meios de comunicação e informação. Assim, enquanto a liberdade de expressão se refere a todas as formas como os indivíduos se expressam -- incluindo, por exemplo, as artes --, a liberdade de imprensa é um caso específico dos veículos jornalísticas. Ambas precisam ser garantidas em um regime democrático e o controle das informações por parte do governo é indício de um Estado ditatorial, no qual os direitos individuais são limitados.
É importante expor que a possível regulação dos meios de comunicação implica não na censura, mas na exigência de responsabilidade pelas informações que são veiculadas.
Peça aos alunos que elaborem em casa um texto opinativo com o tema "Liberdade de opinião, liberdade de informação e democracia", incluindo nisso seus pontos de vista e estabelecendo relações com o conteúdo lido e estudado.

Avaliação
A avaliação deve ser feita pela consideração da participação dos alunos nos debates em sala de aula e pela análise do texto elaborado. Procure observar, durante a leitura, se eles entenderam a noção de democracia como valor e o conflito que ela carrega por conta da oposição entre pontos de vista. Também cheque se eles compreenderam a necessidade de livre acesso à informação para que se formem diferentes opiniões e a eficiência na elaboração de seus argumentos.



Discuta a importância da liberdade de expressão para a democracia

Objetivo(s)
- Discutir com os alunos algumas questões relativas à democracia
- Compreender a relação entre democracia e liberdade de expressão
- Relacionar a liberdade de expressão com a liberdade de imprensa

Conteúdo(s)
- Conceito de democracia
- Democracia e conflito
- Liberdade de expressão

Ano(s)

Tempo estimado                                             Duas aulas


Material necessário
Cópias da entrevista com "Contra dois inimigos" (Veja, 2327, 26 de junho de 2013)

Reportagem de VEJA:

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
Os recentes acontecimentos no Brasil trazem ainda mais à tona questões relativas à democracia. É um aspecto fundamental dela que diversos grupos saiam às ruas reclamando direitos. O objetivo desta proposta é tornar mais claro para os alunos alguns aspectos fundamentais sobre a esse conceito, considerando a maneira como ele se relaciona à noção de conflito. Somente com a diversidade, com o embate de pontos de vistas, opiniões e ideias distintas, a democracia pode de fato se constituir. Para tanto, é fundamental o direito de livre expressão das ideias, bem como o livre acesso à informação. Utilize a entrevista "Contra dois inimigos sombrios" com o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, publicada em Veja, para discutir com os alunos esses assuntos.
Pergunte à turma o que eles entendem por democracia. Veja se eles concordam com a ideia de que ela se trata de uma grande harmonia na sociedade. Essa colocação é vaga, para que os alunos tenham chance de colocar suas impressões sobre o assunto. A partir das respostas da turma, explique que o ideal da democracia tem origem na Grécia Antiga, mas que desde seu surgimento até nossos dias, sofreu grandes mudanças em sua significação e na maneira como é posto em prática . A visão que se tem hoje sobre esse conceito, de um valor estendido a todos os cidadãos, só consolidou-se no Iluminismo. Se antes, todos eram considerados iguais porque foram criados por Deus do mesmo modo, a partir desse período passaram a ser considerados iguais por serem igualmente racionais. É isso que está por trás da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, redigida na França em 1789. No seu artigo 11, ela afirma que "A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei". Esse texto serviu de base para a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 1948.
A democracia como valor só pode existir quando há a garantia da liberdade de expressão e das opiniões dos indivíduos. Chame a atenção da turma para o fato de que, havendo espaço para opiniões divergentes, ela não pode ser considerada um acontecimento harmonioso. Pelo contrário: para o seu exercício pleno, é preciso que haja embate entre diferentes pontos de vista.
Revela-se, então, um aspecto já presente desde os gregos: é preciso saber ouvir as demais opiniões, ponderá-las, expor as suas próprias, e com isso buscar-se um consenso, que seja fruto desse embate fundamental entre diversas opiniões. Assim, para o ideal de nossas sociedades, não há democracia onde não se tem assegurada a liberdade de expressão.
Distribua aos alunos uma cópia da entrevista com o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, e peça que eles leiam o texto em casa, refletindo sobre ele a partir do que foi exposto em sala de aula.

2ª etapa
Esclareça as dúvidas tenham surgido com a leitura do texto. Peça que eles reflitam sobre a relação entre lei e liberdade de expressão. Dê algum tempo e peça que compartilhem suas opiniões com a turma.
Explique que, apesar de definirmos liberdade como a ausência de coação, isso não significa falta de relação com as normas. As leis têm como obrigação assegurar as liberdades individuais. Para ilustrar isso, mostre os seguintes incisos do quinto artigo da Constituição Federal:

Artigo 5° da Constituição Federal
4 - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato
9 - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença
10 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação
41 - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais

Esses trechos asseguram a livre expressão a todo cidadão, a ilegalidade de qualquer forma de censura, e determinam que violações a esses princípios serão punidas pela lei. Explique que, apesar disso, eles colocam contrapartidas a essa liberdade: é preciso que os indivíduos sejam responsáveis por aquilo que expressam.
Ressalte que a Liberdade de Imprensa se encaixa nesses princípios. A diversidade de opiniões dentro de uma democracia exige tanto um livre acesso a informações (para que esses pontos de vista diferentes se formem), como também a possibilidade dessas diversas opiniões serem comunicadas às demais pessoas sem que haja nenhum tipo de censura.
Embora o termo liberdade de imprensa tivesse antes o sentido restrito de liberdade aos meios de informação impressa, hoje ele se estende a todos os meios de comunicação e informação. Assim, enquanto a liberdade de expressão se refere a todas as formas como os indivíduos se expressam -- incluindo, por exemplo, as artes --, a liberdade de imprensa é um caso específico dos veículos jornalísticas. Ambas precisam ser garantidas em um regime democrático e o controle das informações por parte do governo é indício de um Estado ditatorial, no qual os direitos individuais são limitados.
É importante expor que a possível regulação dos meios de comunicação implica não na censura, mas na exigência de responsabilidade pelas informações que são veiculadas.
Peça aos alunos que elaborem em casa um texto opinativo com o tema "Liberdade de opinião, liberdade de informação e democracia", incluindo nisso seus pontos de vista e estabelecendo relações com o conteúdo lido e estudado.

Avaliação
A avaliação deve ser feita pela consideração da participação dos alunos nos debates em sala de aula e pela análise do texto elaborado. Procure observar, durante a leitura, se eles entenderam a noção de democracia como valor e o conflito que ela carrega por conta da oposição entre pontos de vista. Também cheque se eles compreenderam a necessidade de livre acesso à informação para que se formem diferentes opiniões e a eficiência na elaboração de seus argumentos.



E-mail como exploração dos recursos linguísticos na internet


Objetivo(s)
Analisar as características da escrita e da linguagem na internet

Conteúdo(s)
Linguagem utilizada na internet

Ano(s)

Material necessário
Reportagem da Veja:
Cópias da reportagem "A Conselheira do Desapego" (VEJA 2389, 3 de setembro de 2014), disponível no Acervo Digital a partir de 05/09/2014.
Cópias da reportagem Aki a gente tah em ksa!
Dicionário Comum
Dicionário de Linguística
Gramática da Língua Portuguesa

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução

Pode interromper o primeiro download se você nunca recebeu um e-mail com frases repletas de abreviações e neologismos do tipo flw, blz, naum, bj, hj e [ ]s. O que será que aconteceu com a linguagem dos jovens? Eles estão escrevendo errado - se obedecermos ao pé das letras às regra gramaticais - ou a pressa e a criatividade exigidas em comunicadores instantâneos, chats, blogs, fotologs e uma infinidade de outros espaços virtuais transformam os internautas em artífices das palavras? De acordo com a reportagem de VEJA ESPECIAL, aqueles que navegam pela rede mundial de computadores vem adaptando e tornando cada vez mais ágeis e divertidos os códigos on-line. Os puristas da língua, portanto, podem respirar aliviados: o bloguês está longe de ser errado. A reportagem  "A Conselheira do Desapego" apresenta como alguns blogs e microblogs têm se destacado não só no mundo online, como vem ganhando publicações em papel, inspirados pelo conteúdo postado diariamente na internet. Já os textos de "Aki a gente tah em ksa!" e "É possível calcular quantas palavras surgem por dia na língua portuguesa?" desafiam os estudantes a analisarem esse universo linguístico que eles mesmos criaram.

Reserve um horário no laboratório de Informática. Organize os alunos em grupos e proponha que visitem vários blogs. Revise os principais conceitos relacionados aos diários virtuais (a aula indicada no final deste roteiro pode servir de subsídio).

2ª etapa

Oriente a leitura da reportagem e destaque a interação criada pela internet entre os personagens retratados. Ajude os adolescentes a perceber como numa sociedade cada vez mais fechada não há mais tempo para falar, discutir, ouvir e partilhar. O blog, portanto, funciona como um veículo para se mostrar, pensar, rir, chorar - e ouvir o outro por meio do feedback. Ressalte essa relação e encaminhe uma segunda rodada de navegação pelos diários on-line.
Encarregue os adolescentes de enumerar as principais características dos endereços visitados e ajude-os a notar que eles acabaram fazendo uma pesquisa qualitativa. Revele que o principal objetivo dessa atividade é apontar os campos semânticos dos posts e analisar o discurso empregado pelos autores das narrativas. Caso julgue pertinente, inclua na discussão algumas questões de lexicologia - tema que geralmente passa ao largo dos conteúdos programáticos durante as reflexões linguísticas.

3ª etapa

Sugira que cada equipe se atenha aos textos dos blogs. Discuta o papel interativo da ferramenta e a necessidade desse tipo de manifestação humana. Peça, em seguida, que os jovens investiguem o blogging como forma de comunicação pessoal e veículo divulgador de interesses específicos. Conte como levantar hipóteses sobre o corpus linguístico examinado. Quais são as intenções das linguagens verbal e não verbal nesses endereços? Explore a diversidade dos conteúdos e evidencie as temáticas mais presentes. Algumas delas são mostradas nos desenhos que ilustram este plano de aula. Ensine que um blog trata, principalmente, de:

·               modelagem política e social;
·               uso como diário de vida pessoal;
·               conteúdo reafirmador da existência;
·               apresentação de pontos de vista sobre o mundo e as coisas;
·               interesse em criar comunidades;
·               realizar catarse; e
·               fazer uso literário ou poético.

Fale também sobre a especificidade da audiência, ou seja, os leitores que frequentam os blogs constantemente e ali deixam comentários. Lembre que tais textos reforçam a intencionalidade original de estabelecer comunicação.

4ª etapa

Dê a cada grupo a incumbência de levantar um conjunto linguístico capaz de revelar, pelas relações de sentido presentes nos textos verbais e visuais dos blogs, o campo semântico em que elas atuam. Analise a forma (morfológico-lexical), o sentido (semântico) e a distribuição (interface léxico-sintática) dos textos. Ensine que entre as formas encontradas no discurso em cada categoria de blog e a nomenclatura empregada pelos internautas há um abismo tão significativo que até o dicionário se torna um objeto decepcionante.

Avaliação

Explore o Pequeno Dicionário de Bloguês, incluído no final da reportagem de Aki a gente tah em ksa!, e pergunte que outros verbetes a classe acrescentaria. Diga o que são redes semânticas e estimule os alunos a criarem uma. Peça que cada grupo componha e explique os subconjuntos vocabulares trabalhados. Faça com que todos percebam a frequência de uso de certas estruturas e incentive a descoberta da intencionalidade de cada texto nos diários virtuais. Se achar pertinente, instigue reflexões linguísticas sobre questões de lexicologia. Conte que o léxico de uma língua é potencialmente infinito e não se restringe ao estudo dos vocábulos atestados. Ele inclui os "atestáveis". Lance mão dos dicionários e da gramática e esclareça as eventuais dúvidas relacionadas a esses termos. Ressalte os discursos em bloguês e leve os estudantes a examinar a construção interna (forma) das palavras (unidades de uso) desse pretenso idioma. Peça que todos verifiquem o processo de formação das palavras e examinem atentamente o aspecto complementar da morfologia. Os vocábulos analisados mantêm indicadores de tempo, pessoa, modo, gênero, conjugação etc.? Há alguma tendência à preservação exclusiva do lexema, com perda dos morfemas gramaticais flexionais e derivacionais?

Há uma certa regularidade nos procedimentos de alteração dos vocábulos? Discuta se é possível definir o sentido lexical do bloguês, essa espécie de nova versão da língua portuguesa. Lance outras questões. Pergunte como podemos desenvolver a representação física dos novos termos. É possível estruturar o léxico e a função das relações semânticas desse código recém-criado? A nova estrutura linguística obedece a regras mais ou menos fixas? Será que ela atende ao princípio de uma economia de tempo, movimentos e digitação? Ou as alterações no plano da escrita são motivadas pelos mesmos critérios que tornam a fala e a redação elementos separados? Há empréstimo linguístico no bloguês? Em caso positivo, ele é predominantemente ligado a qual idioma? Convide o professor de Língua Estrangeira a falar sobre os empréstimos da língua de Shakespeare com a popularização do uso do computador. No caso específico dos blogs, é possível compor um vocabulário próprio para manejar o recurso? Revele os cruzamentos e as transplantações culturais escondidos em adoções de termos como blog, blogueiro, bloghost, blogosfera, blogroll, fotolog, moblog, blortal, videoblog etc. Por fim, sugira mais uma reflexão: escrever é resultado de vocabulário amplo ou é necessário dominar estruturas, discernir e estabelecer relações lógicas? Como podemos situar um blog nesse contexto?



http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/e-mail-como-exploracao-dos-recursos-linguisticos-na-internet