sábado, 25 de outubro de 2014

Consumismo, não

Objetivo(s)
Debater sobre o consumo supérfluo, necessidade e desejo, e exercitar análise de dados

Material necessário
Reportagens de Veja
“A era da confiança”, (VEJA 2396, 22 de outubro de 2014), disponível no Acervo Digital a partir de 24/10/2014

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
A opção por eliminar o consumo supérfluo, revelada a VEJA por Judith Levine, dá margem a boas reflexões acerca de nosso modo de vida. A sociedade industrial capitalista é esbanjadora em sua natureza. Seu desenvolvimento está associado, muitas vezes, a falsas necessidades que ela estimula no público consumidor. Embora não faça parte do programa específico de nenhuma disciplina, a entrevista pode ser útil, pois envolve questões de cidadania.
O consumo é pilar fundamental da sociedade capitalista. Apesar disso, recentemente as pessoas estão descobrindo alternativas aos gastos desenfreados. No setor de serviços, o compartilhamento de casas, apartamentos e automóveis são cada vez mais comuns, como mostra a reportagem “A era da confiança”, (VEJA 2396, 22 de outubro de 2014), disponível no Acervo Digital a partir de 24/10/2014. O texto mostra exemplos de pessoas que confiaram nas outras para pedirem serviços de carona paga, não necessariamente com taxistas ou motoristas profissionais, ou para abrir suas moradias e receber turistas de outros locais, sob preços mais justos do que o de hotéis.
Uma sugestão de abordagem é mesclar o tema com atividades matemáticas, trabalhando de início com o estabelecimento de critérios para distinguir dois aspectos básicos: a necessidade e o desejo. Isso leva ao levantamento de prioridades - o que configura uma lição preciosa para todos nós.

Atividades

Converse com a turma sobre seus hábitos de consumo periódico. Com o que os adolescentes costumam gastar a mesada? Peça que cada um enumere numa folha de papel os produtos que compra com frequência e os serviços pelos quais geralmente paga. Aí cabem o hambúrguer, o sorvete, o chocolate, as visitas às lan houses, as sessões de cinema, a aquisição de CDs, o aluguel de DVDs e cartuchos de games etc. A lista pode ser grande - o que justifica registrá-la numa planilha eletrônica, desde que a escola tenha essa disponibilidade. Do contrário, oriente os alunos a construir uma tabela, com espaço suficiente para incluir quatro colunas.

2ª etapa

O passo seguinte é a leitura da seção Auto-Retrato de VEJA. Qual a opinião geral a respeito da privação a que a autora se impôs? Todos entendem o objetivo de tal experiência?
Chame a atenção para a base das prioridades definidas por Judith Levine. Enfatize a diferença entre os conceitos de necessidade e desejo utilizados por ela. Ambos podem servir de referência para classificar os itens listados na tabela elaborada na aula anterior. Encarregue a turma de incluir mais uma coluna para marcar os hábitos necessários e os supérfluos. Isso feito, é interessante discutir as variações encontradas entre os jovens. Alguns podem argumentar que o cinema é uma atividade cultural importante para sua formação, outros terão na lan house ou na lanchonete semanal o convívio social de que precisam e por aí vai. Verifique as concordâncias - aquelas atividades que a maioria considera indispensável - e as disparidades. Nesse ponto, talvez seja proveitoso solicitar a criação de um gráfico de dispersão relacionando as incidências de cada item para relembrar os conceitos estatísticos de média, moda e mediana.
Sugira, então, que todos determinem o custo mensal das diversas atividades, registrando o resultado numa terceira coluna, e destinem uma quarta para o peso correspondente na despesa do mês. Para tanto, deve-se calcular os porcentuais em relação ao total consumido. Esse é um critério objetivo.

3ª etapa

Oriente, em seguida, a aferição de níveis de prioridade de cada item, numa escala de 1 a 5, tanto para os essenciais quanto para os dispensáveis. Ressalte que esses valores são arbitrários e subjetivos, embora possam apresentar coincidências entre a moçada.
Desafie a classe a planejar uma redução de, digamos, 50% do consumo. Como? A resposta imediata é cortar os supérfluos. É possível, no entanto, que isso seja insuficiente, exigindo a supressão de itens necessários. Em qualquer situação, porém, todos devem notar que a otimização desse processo inclui considerar os critérios objetivos e subjetivos. Isso pode significar abrir mão de metade dos hambúrgueres e um terço dos DVDs, por exemplo. Eleja um caso que reflita a média dos alunos e discuta as possibilidades de redução de gastos. O levantamento pode ajudá-los a compreender a necessidade de estabelecer parâmetros para a tomada de decisões.


http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/consumismo-nao

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