Amar é delicioso! Mas pode
também ser sofrido, principalmente quando o conceito que se tem de amar e ser
amado está pautado no sacrifício, a famosa prova de amor. É aí que mora o
perigo. Quando a gente aprende que amar é se doar e fazer as vontades do outro,
sem levar em conta a conta que vai pagar, o amor torna as pessoas vulneráveis.
Na adolescência, a pouca
vivência própria da idade predispõe os jovens a esse amor vulnerável. Esta
vulnerabilidade compromete a capacidade de dizer não às situações que podem
colocar o casal em situações de risco, como a gravidez precoce e as DST/Aids.
Para ajudar a entender um
pouco melhor as situações de vulnerabilidade que os jovens casais podem
enfrentar e como preveni-las, eu adaptei uma vivência psicodramática, criada pelo
psicodramatista Arnaldo Liberman, a Retramatização. Ela protege o anonimato das
pessoas, proporcionando que os temas venham à tona sem que ninguém identifique
quem os trouxe, o que é muito pertinente para esta temática.
Prova de Amor e a
Vulnerabilidade
Objetivo: Promover a conscientização
dos alunos em relação às atitudes no relacionamento afetivo que aumentam sua
vulnerabilidade à DST/Aids e gravidez na adolescência
Duração: 1:30 min
Material: Filipeta de papel de mais
ou menos uns 10cm de altura, 4 folhas de papel Sulfite e canetas
hidrográficas
Procedimento
1. Aquecimento
Conte para os alunos que o
tema da aula é Prova de Amor. Em seguida pergunte se eles já ouviram falar
sobre isso e peça para que definam, em voz alta, o que entendem por Prova de Amor.
É interessante estimular a contribuição de toda a turma para conseguir colher
percepções variadas sobre o assunto.
2. Ação
·
Os alunos, ainda em
seus lugares, devem pensar em alguma Prova de Amor que lhe tenham pedido, que
ele pediu, ou ouviu falar. Não precisa ser exatamente dele, pode ser de filme,
novela, ou que um amigo contou. Oriente os alunos a fecharem os olhos e
pensarem em um bom exemplo. Quando o exemplo estiver claro na cabeça, o aluno
deve abrir os olhos para que o educador saiba que ele está pronto.
•
Entregue a cada
aluno uma filipeta de papel e peça para que escrevam nela o exemplo em que
pensaram e o conservem consigo. Em seguida, peça para os alunos formarem três
grupos com o mesmo número de pessoas, aproximadamente.
•
Dê uma numeração para
os grupos. Em seguida, distribua uma folha de papel sulfite para cada equipe,
peça que leiam todos os exemplos dos colegas de seus grupos e selecionem
aqueles que oferecem risco ao casal em relação à DST/Aids ou à gravidez na
adolescência.
•
Em seguida, um
representante do grupo deve recolher os exemplos selecionados e entregar para o
grupo seguinte ao seu, no sentido horário (o grupo 1 passa para o 2 e assim
sucessivamente). Os exemplos que não foram selecionados devem ser entregues ao
educador, que fará uma releitura para fazer novos questionamentos na etapa dos
comentários.
•
Os grupos devem ler
os exemplos e criar uma história. Os personagens devem ser caracterizados com
nome, sexo e idade, com o cuidado de não estar associado a ninguém da sala. É importante
que descrevam o local onde a situação acontece, a conversa entre o casal e a
atitude que eles tomaram diante do fato.
•
Uma vez finalizada a
história, ela deve ser passada adiante para o grupo seguinte, no mesmo sentido.
Este próximo grupo deverá fazer uma dramatização da história.
•
Quando todos
estiverem prontos, solicite que todos sentem em semicírculo e iniciem as
apresentações.
•
Após cada
apresentação, pergunte à turma quem tem vontade de dizer alguma coisa para um
dos personagens. Enquanto os alunos falam ou aconselham os personagens, anote
as colocações mais significativas para enriquecer a discussão e recolha a
história escrita.
•
Depois de todas as
apresentações, estimule a discussão, faça comentários e pergunte as dúvidas da
turma.
3. Comentários
Explique para os alunos que
eles participaram de uma produção grupal que envolveu a participação de todos
em cada etapa. Tudo o que foi falado reflete o pensamento do grupo como um
todo. Pergunte o que os alunos aprenderam com o exercício e estimule o debate.
Para movimentar a discussão, traga à tona as notas tomadas durante as
apresentações e os exemplos que ofereciam risco e não foram selecionado por
eles.
Pontos para discussão:
•
Para se amar é
necessário fazer sacrifícios?
•
Quais as consequências
dos sacrifícios vivenciados neste exercício?
•
Em quais situações o
risco de gravidez e DST/Aids aconteceu?
•
O que fariam
diferente dos personagens?
4. Avaliação
Levando em consideração o
risco que os personagens correram com a Prova de Amor, o educador deve
solicitar ao grupo como um todo que dê uma nota de 0-10 para cada história
apresentada.
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