Quais
os efeitos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade?
Objetivos
- Entender como ocorre o efeito estufa, sua
importância para a manutenção da vida e o aumento do fenômeno em função das
atividades humanas
- Diferenciar as mudanças climáticas causadas por
fatores naturais das alterações provocadas direta ou indiretamente por fatores
antrópicos
- Compreender as relações causais entre as atividades
humanas e o aquecimento global
- Identificar as variações das alterações climáticas
em diferentes locais do mundo e associá-las a fatores regionais específicos
- Prever as consequências prováveis do aumento da
temperatura global
- Diagnosticar como as espécies podem ser afetadas
direta e indiretamente com o aquecimento global
- Analisar como as ações humanas, em contrapartida,
podem reverter ou minimizar os impactos dessas modificações
Conteúdos
- Efeito estufa
- Cadeias alimentares e relações de interdependência
entre as espécies nos ecossistemas
- Biogeografia e extinção de espécies
- Impactos das atividades humanas sobre o clima global
- Aquecimento global
- Pegada carbônica
Anos Ensino Médio
Tempo
estimado 4 a 5 aulas
Materiais
necessários
- Computadores com acesso à internet
- Reportagem "A espiral fatal do degelo"
(Veja , 11 de setembro de 2013, 2338)
- Folhas em branco
- Lápis, borracha e caneta
- Sites indicados para consulta bibliográfica:
Leia mais
Cartilhas didáticas do INPE
Mudanças climáticas - FURG
Objetos educacionais - MEC Cadeia alimentar
Arctic data/ Arctic Council
Arctic Biodiversity Data Service / Arctic Council
Interactive Data Maps - Arctic Portal Map / Arctic Council
Calculadora - pegada carbônica
Museu Smithsonian de História Natural
Vídeos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe)
Reportagem | A ação do homem e o aquecimento global
Reportagem | Os efeitos do aquecimento global
Desenvolvimento
1ª
etapa
Inicie a atividade com a leitura da reportagem "A
espiral fatal do degelo", publicada em Veja, junto com a turma. É
interessante que os alunos se revezem na leitura em voz alta. Em seguida,
inicie uma discussão sobre mudanças climáticas. Questione os alunos sobre as
causas dessas mudanças, as consequências de tais alterações e os fatores que
estão relacionados a esse fenômeno.
Para consolidar as ideias, a medida em que as
respostas forem apresentadas, monte um mapa conceitual na lousa. Estimule os
alunos a pensarem em como distinguir as mudanças globais que ocorrem em função
de fatores da natureza (os chamados fatores naturais) das alterações que
ocorrem por causa dos impactos das atividades antrópicas, isto é, humanas. Os
gráficos 3.1, 3.2 e 3.3 com dados da temperatura da Terra e do Ártico ao longo
dos anos, disponibilizados pelo Museu Smithsonian de História Natural, podem
ser mostrados à turma. Para acessar os gráficos, clique aqui.
Os alunos devem observar e interpretar os gráficos
sozinhos. Para ajudá-los, faça perguntas como: a partir de que ano vemos uma
mudança significativa na temperatura da Terra? Qual é a maior diferença
registrada na temperatura ao longo do tempo? Qual o ano em que houve maior
aumento da temperatura?
O principal objetivo é auxiliar o aluno a diferenciar
as modificações causadas a partir das ações antrópicas, daquelas alterações
normais apresentadas ao longo do tempo. Nos gráficos, é possível observar que
os dados de temperatura se mantêm sem maiores variações até determinado ponto e
que, a partir mais ou menos de 1930, as temperaturas começam a se modificar
drasticamente.
2ª
etapa
Organize a sala em grupos de 4 a 5 alunos e se
possível façam essa etapa em um laboratório de informática, para que
inicialmente cada grupo assista a um vídeo didático. Se não for possível a
execução desta etapa em um laboratório de informática, passe os vídeos para
todos os alunos em sala de aula e em seguida os grupos se reunirão.
Os temas dos vídeos devem ser divididos entre os
grupos. São eles: (1) efeito estufa; (2) mudanças climáticas antropogênicas;
(3) observações do aquecimento global; (4) cenários de mudanças futuras; (5)
mudanças globais da vegetação; (6) buraco na camada de ozônio e (7) impactos no
Brasil e no mundo. Os vídeos são curtos (em torno de 5 minutos) e bem
didáticos.
Depois de assistirem aos vídeos, oriente os grupos a
discutirem entre si o que foi apresentado e produzirem um mapa conceitual, com
as principais ideias do vídeo, para se apresentado ao restante da turma.
A cada apresentação de um grupo, o restanto dos alunos
deverá fazer anotações e produzir um novo mapa conceitual sobre aquele tema. O
grupo que estiver apresentando é quem irá verificar e corrigir esses mapas
conceituais, sob a supervisão do professor. Dessa maneira, todos os grupos
analisarão os mapas produzidos pelos outros colegas.
3ª
etapa
Inicie essa etapa relembrando o artigo da Revista Veja
que foi lido pelo grupo. Levante algumas questões como: no mundo todo, as
mudanças climáticas ocorrem da mesma maneira, na mesma intensidade? Onde o
aquecimento global é mais intenso? Por quê?
Em seguida, apresente aos alunos a dinâmica de uma
cadeia alimentar terrestre e proponha aos alunos que os mesmos grupos se reúnam
e escolham um destes organismos para estudar: (1) raposa do ártico (Alopex
lagopus); (2) rena ou caribu (Rangifer tarandus); (3) ave lagópode-branco
(Lagopus mutus); (4) lêmingue do ártico (Lemmus lemmus); (5) urso polar (Ursus
maritimus); (6) líquen endêmico do ártico (Acarospora groenlandica) e (7) ser
humano (Homo sapiens).
Os alunos, com o auxílio da internet, pesquisarão as
relações de alimentação desses organismos com outros no bioma Ártico. O grupo
irá montar um diagrama (desenho
esquematizado) de uma cadeia alimentar possível no Ártico que inclua o
organismo escolhido por eles. Feita a cadeia alimentar, os alunos discutirão
quais seriam as prováveis consequências para aquela cadeia se o organismo
analisado sofresse uma diminuição muito acentuada, devido às alterações
geográficas provocadas pelas mudanças climáticas e chegasse perto da extinção.
Para ilustrar esses efeitos, sugere-se que os alunos
representem em um mapa do Círculo Pólar Ártico, as possíveis alterações nos
tamanhos populacionais e na distribuição das espécies. Os alunos podem utilizar
a figura mostrada na capa da reportagem da Revista Veja para visualizarem as
alterações na camada de gelo ao longo do tempo, e podem utilizar os mapas
interativos presentes na homepage do Arctic Council.
4ª
etapa
Para retomar a última etapa, discuta com os alunos o
que foi aprendido sobre as modificações nas cadeias alimentares do Ártico.
Pergunte o que eles aprenderam, qual organismo eles acham que será o mais
afetado e a que conclusão eles chegaram. Após essas discussões, apresente o
vídeo didático n° 12 chamado O futuro - Conclusões. E levante questões com os
alunos do tipo: É possível reverter o processo de aquecimento global? Como
podemos minimizar os impactos causados pelas atividades humanas? De que forma
podemos sensibilizar as pessoas para que todos contribuam para reduzir os
efeitos do aquecimento global? Você pode listar na lousa as respostas dos
alunos.
Para finalizar, você pode pedir aos alunos que
preencham, junto com a família, a calculadora da pegada carbônica, isto é, uma
simulação de quanto cada um emite de dióxido de carbono na atmosfera, por meio
do consumo de energia dentro de casa. O cálculo é simplificado, incluindo os
gastos com luz, gás de cozinha, combustível e outras formas de consumo. Para
que esse valor seja individual, peça para os alunos dividirem o valor ou a
quantidade de energia, gás, combustível utilizada pelo número de pessoas na
família. Dessa maneira, cada aluno calculará a sua pegada carbônica. O site
ainda fornece, no final do cálculo, um valor de compensação para minimizar os
efeitos da emissão de dióxido de carbono na atmosfera. Esse valor é mostrado em
número de árvores a serem plantadas, mas o próprio site dá outras dicas de como
diminuir esses impactos.
Peça para os alunos trazerem os resultados para a sala
de aula e discuta os resultados. Seria muito simbólico e interessante se os
alunos, junto com o professor, pudessem plantar uma muda de árvore na escola ou
no entorno dela. Aquela árvore representaria a turma e o esforço dos alunos
para mudar um cenário futuro pessimista.
Para consolidar o produto final da atividade, exponha
na sala de aula as cadeias alimentares diagramadas pelos alunos para que todos
possam visualizá-las. Outros produtos finais possíveis serão os mapas
conceituais e os mapas com a distribuição das espécies no futuro. Na última
aula, você também pode pedir que os alunos façam uma redação, de 20 a 30
linhas, com o tema - Aquecimento global: causas, consequências e o nosso
futuro. Pode sugerir, ainda, que seja feita uma correção e avaliação conjunta
com a disciplina de Língua Portuguesa.
Avaliação
É esperado que ao término desta sequência didática os
alunos sejam capazes de compreender como o ser humano modifica o ambiente e que
consequências essas ações trazem. Além disso, é importante que os alunos
visualizem como os ecossistemas e as espécies são interdependentes, isto é, uma
modificação significativa em um ecossistema, afetará outros ecossistemas, e da
mesma maneira, uma diminuição profunda na população de uma espécie, acarretará consequências
para a cadeia alimentar toda. É importante destacar para os alunos que a
natureza tem uma capacidade de se regenerar e de voltar às suas condições
iniciais. Contudo, quando essas alterações são intensas e profundas, essa
capacidade é perdida. Como ferramentas para avaliar o aprendizado do aluno, o
professor poderá utilizar os mapas conceituais, as cadeias alimentares e as
próprias discussões realizadas em sala de aula.
Consultoria
Flávia de Campos Martins
Doutora em Ecologia e formadora de professores da rede
pública e particular
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