Expansão da presença humana no planeta, a partir da África
Objetivo(s)
Analisar a presença humana
no planeta e em especial no continente americano
Conteúdo(s)
Origens do homem
Ano(s) 1º 2º 3º
Tempo estimado 2 aulas
Material necessário
Cópias da reportagem
especial "E aí, primo?" (VEJA 3293, 1º de outubro de de 2014),
disponível no Acervo Digital a partir de 03/10/2014.
Cópias da reportagem
"O berço da humanidade" (VEJA, 13 de maio de 2009)
disponível no Acervo Digital
Desenvolvimento
1ª etapa
Testes genéticos permitem
descobrir ancestralidade por DNA. Por meio da análise de saliva ou sangue, eles
revelam as quais haplogrupos (populações genéticas) uma pessoa pertence e ainda
podem verificar o grau de parentesco entre duas pessoas, apontando se
compartilham o mesmo material genético e em quais proporções. Esse avanço
tecnológico no mapeamento genético nos aproxima de compreender a origem da
humanidade a partir de seu berço africano.
Se Mama África é mãe
solteira, como afirmou o compositor Chico César, o pai da espécie humana é
conhecido: o povo san, grupo nômade de caçadores e coletores que se desloca
pelas regiões áridas entre Angola e Namíbia. Baseada em pesquisas genéticas e
linguísticas, a reportagem de VEJA "O berço da humanidade" informa que há
cerca de 200.000 anos os ancestrais dos sans constituíram os primeiros grupos
de Homo sapiens. Seus descendentes ocuparam a África e migraram para a Ásia há
cerca de 50.000 anos, de onde teriam atingido a Europa, a Austrália e, mais
tarde, a América. Use o texto como um roteiro de viagem para examinar com a
moçada a fascinante aventura da espécie humana - e de outras espécies do gênero
Homo - sobre a face da Terra.
Lembre que a humanidade tem
raízes africanas muito anteriores aos nômades sans. Registros fósseis indicam
que um dos primeiros hominídeos - o Australopithecus - surgiu na África há,
pelo menos, 4 milhões de anos. As características que os distinguiam de outros
primatas eram o cérebro mais avantajado e desenvolvido, o andar bípede e a
postura ereta. Há cerca de 2 milhões de anos apareceu outro ancestral nosso, o Homo
habilis, o primeiro a utilizar instrumentos de pedra e a viver em
sociedade. Veio a seguir o Homo erectus, entre 1,7 milhão e 200.000 anos atrás.
Vestígios dessa espécie foram achados na ilha de Java, na China e na Tanzânia.
Foi a partir do Homo erectus que, acredita-se, tenha evoluído a
humanidade, e também o Homem de Neanderthal, espécie que se
extinguiu.
2ª etapa
Sugira pesquisas em
revistas e sites para a montagem de uma linha do tempo sobre a trajetória do
homem, desde os primeiros hominídeos até o Homo neanderthalensis e o Homo
sapiens. Peça detalhes sobre as espécies abordadas. Que aspectos evolutivos
elas apresentavam? Quais eram suas características físicas? Que tipos de
instrumentos empregavam?
Aproveite a atividade para
explicar aos estudantes o que são a antropologia e a arqueologia e de que forma
trabalham os profissionais desses ramos do conhecimento.
Conte que a antropologia é
a ciência que se ocupa em estudar o homem em sua totalidade, a evolução humana
e a organização do homem no planeta. Nesse sentido, ela apresenta-se dividida
em antropologia cultural e antropologia biológica. Quando falamos do estudo da
origem do homem no planeta, abordamos os dois modelos de antropologia, pois a
primeira explica como os primeiros grupos humanos se organizavam e fabricavam
utensílios para sobreviver, enquanto a segunda explica aspectos evolutivos da
biologia humana. Os antropólogos trabalham a partir da observação, da
comparação e das entrevistas e observações etnográficas de grupos ainda
existentes. Foi o que ocorreu no estudo dos sans, na África.
Os arqueólogos, por sua
vez, focalizam objetos de cultura material, ou seja, vestígios realizados e
deixados pelos homens do passado. Com base nesses vestígios, os pesquisadores
podem avaliar a técnica e o grau de desenvolvimento de determinados grupos
humanos. Desse modo, a arqueologia estuda os costumes e a cultura de povos
antigos com base nos testemunhos materiais da vida desses povos.
3ª etapa
Os primeiros homens a
habitarem as terras americanas não eram autóctones, ou seja, não se
desenvolveram por aqui. De onde eles teriam vindo? Pergunte aos jovens. Eles
poderão responder fundamentados na própria reportagem, em pesquisas na internet
ou em livros de História.
Destaque a seguinte
passagem do texto: a hipótese mais aceita sobre a presença do homem na América
afirmava "que os antepassados dos índios foram os primeiros a chegar ao
continente, há 12.000 anos". Eles teriam vindo pelo estreito de Bering, no
extremo norte da América, que, acredita-se, estava congelado na ocasião,
formando uma ponte entre o leste da Ásia e a América. Depois da descoberta de
vestígios como o de Luzia, o fóssil mais antigo de um brasileiro, datado de
11.500 anos, os pesquisadores recuaram a data da chegada dos primeiros grupos à
América. Assim, a revista informa que, hoje, "os cientistas sabem que o
mais provável é que um grupo aparentado dos aborígines australianos tenha saído
do sul da China atual e atingido o continente americano há 15.000 anos".
Outros pesquisadores sugerem um ponto de partida diferente para os descendentes
dos sans: a Oceania. Utilizando as correntes marítimas, eles teriam atravessado
o Pacífico em pequenas embarcações e aportado nas costas ocidentais da América
Central e do Sul.
Mas as datações e hipóteses
arqueológicas sobre os primeiros americanos continuam a ser um perigoso terreno
movediço. Ensine que em Pikimachay, no Peru, os pesquisadores acharam vestígios
humanos datados de 20.000 anos, e em Monte Verde, no Chile, foram encontrados
fósseis ainda mais antigos, de idade estimada em 33.000 anos. Se esses números
são questionados por boa parte da comunidade acadêmica, aqueles sugeridos pela
antropóloga franco-brasileira Niède Guidon provocam arrepios. Em suas pesquisas
no sítio arqueológico de Pedra Furada, no Piauí, Guidon datou numerosas
fogueiras, algumas das quais chegariam a ter 50.000 anos. Até os dias atuais,
suas ideias e seus achados são contestados por seus colegas arqueólogos.
Depois dessas observações,
encomende uma investigação sobre a revolução arqueológica desencadeada pela
datação e pela reconstituição facial do fóssil de Luzia, que apresenta traços
semelhantes tanto ao grupo dos negros africanos, quanto ao dos aborígenes australianos.
Qual seria o impacto da confirmação da idade dos vestígios de Monte Verde e da
Pedra Furada?
Solicite aos alunos que observem o mapa-múndi deste plano de aula (abaixo) com as principais correntes migratórias responsáveis pela ocupação do continente americano. Eles concordam com a hipótese da utilização de vários percursos diferentes para a América? Proponha ainda que eles localizem os principais sítios arqueológicos do continente e indiquem as pesquisas que se desenvolvem atualmente em pelo menos três deles.
http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/expansao-da-presenca-humana-no-planeta-partir-da-africa
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