terça-feira, 11 de novembro de 2014

O processo de extinção das espécies

Objetivo(s)
Entender o processo de extinção de algumas espécies na natureza

Conteúdo(s)
Ecologia e meio ambiente
Evolução

Ano(s)                    1º      2º      3º

Tempo estimado       Três aulas

Material necessário
Computadores com acesso à internet
Projetor de imagens 
Cópias da reportagem "O Drama da Extinção", ( VEJA 2398, 05 de novembro de 2014) disponível no acervo digital a partir de 07/11/2014
Cópias da reportagem "A Dura Escolha de Quem Deve Sobreviver", (VEJA 2265, 18 de abril de 2012) 

Desenvolvimento
1ª etapa
Introdução
O processo de extinção de espécies é natural, ou seja, à medida que algumas espécies desaparecem outras surgem. Esse é um mecanismo necessário para o processo evolutivo, que não só resulta em novas formas de vida, como também origina variações mais especializadas. No tempo geológico pontuam-se cinco grandes extinções em massa. Hoje, alguns estudiosos acreditam estarmos na sexta extinção, na qual o homem, dessa vez é o protagonista.
Nesta proposta, seus alunos estudarão os fatores que colocam uma espécie em risco de extinção e discutirão a concepção de que o processo de extinção é sempre negativo. O tema é abordado em duas reportagens de VEJA: "O Drama da Extinção" e "A Dura Escolhe de Quem Deve Sobreviver". 

Atividades
Peça para que os alunos leiam as reportagem de VEJA. Em seguida, coloque o tema em debate com alguns questionamentos. Por exemplo: sabe-se que a triagem ecológica desiste dos casos de conservação ambiental sem sucesso após vários anos de tentativas. Mas por que elas falham? Há responsabilidade de alguém? Devem agora esses animais serem ‘abandonados’ na luta pela sobrevivência? Qual o impacto disso para as cadeias alimentares, comunidades e populações?

Deixe a turma discutir. Depois disso, proponha a socialização das respostas. Esclareça que há um processo de extinção, natural e essencial para a evolução, ou seja, determinadas espécies deixam de existir e em seus lugares surgem novas formas de vida, em novos habitats e nichos ecológicos e, na maioria das vezes, mais especializadas do que as que desapareceram. Porém, escolher quais devem sobreviver em uma visão de custo benefício - investir em preservação das espécies que têm mais chances de serem salvas e abandonar outras - pode trazer problemas sérios de desequilíbrios nas cadeias alimentares. Esta extinção deixa de ser um processo natural e passa a ser um processo optativo, ou seja, realizado a partir de escolhas humanas.

Lembre que há muitos fatores que levam ao desaparecimento de uma espécie como, por exemplo, mudanças climáticas (como as eras glaciais), esgotamento de recursos, vulcanismo e alterações dos níveis dos oceanos. Além disso há os fatores extraterrestres com atividade solar e colisão de asteróides, cometas. E há também a atuação do homem. Temos participação na extinção de várias espécies.

2ª etapa
Projete a imagem abaixo para a classe e proponha uma conversa sobre os critérios que levam as espécies à lista de risco de extinção. A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) categoriza as espécies de acordo com seu status no planeta: 

Extinta: Uma espécie é considera extinta quando pesquisas indicam que o último indivíduo da espécie morreu
Extinto na Natureza: Uma espécie é considerada extinta na natureza quando pesquisas indicam que ela só sobrevive em cativeiro, meios de cultivo ou em populações não nativas.
Criticamente Ameaçada: Uma espécie é considerada criticamente ameaçada quando se enquadra em um dos critérios abaixo:
• Diminuição de 80 a 90% na população em 10 anos ou 3 gerações, seguido de outros critérios (a partir de estimativas ou de observação direta)
• Diminuição da área de ocorrência para menos de 100 Km² (seguido em mais dois outros critérios)
• Diminuição da área de ocupação para menos de 10 Km² (seguido de mais dois outros critérios)
• População estimada em menos de 250 indivíduos adultos (seguido de mais um critério)
• População estimada em menos de 50 indivíduos adultos
• A probabilidade de extinção na natureza é de pelo menos 50% em 10 anos ou 3 gerações


Ameaçada: Uma espécie é considerada ameaçada quando se enquadra em um dos critérios abaixo:
• Diminuição de 50 a 70% na população em 10 anos ou 3 gerações, seguido de outros critérios (a partir de estimativas ou de observação direta)
• Diminuição da área de ocorrência para menos de 5 000 Km² (seguido em mais dois outros critérios)
• Diminuição da área de ocupação para menos de 500 Km² (seguido de mais dois outros critérios)
• População estimada em menos de 2 500 indivíduos adultos (seguido de mais um critério)
• População estimada em menos de 250 indivíduos adultos
• A probabilidade de extinção na natureza é de pelo menos 20% em 20 anos ou 5 gerações

Vulnerável: Uma espécie é considerada vulnerável quando se enquadra em um dos critérios abaixo:
Diminuição de 30 a 50% na população em 10 anos ou 3 gerações, seguido de outros critérios (a partir de estimativas ou de observação direta)
Diminuição da área de ocorrência para menos de 20.000 Km² (seguido de mais dois outros critérios)
 Diminuição da área de ocupação para menos de 2.000 Km² (seguido de mais dois outros critérios)
 População estimada em menos de 10 000 indivíduos adultos (seguido de mais um critério)
 População estimada em menos de 1 000 indivíduos adultos ou população com área de ocupação muito restrita
• A probabilidade de extinção na natureza é de pelo menos 10% em 100 anos

Quase Ameaçada: Uma espécie é considera quase ameaçada quando está perto de entrar na categoria vulnerável em um futuro próximo
Pouco Preocupante: Uma espécie entra na categoria pouco preocupante quando apresenta uma grande distribuição.

(Fonte: IUCN - disponível em http://www.iucnredlist.org/)

Trabalhe com a turma os conceitos de espécie-bandeira e espécie-guarda-chuva. Espécie-bandeira é aquela a qual foi escolhida para representar uma causa ambiental: por conta de seu carisma ou beleza, ajuda a preservar o ambiente em que vive e outras espécies com menos apelos junto à população. Espécie “Guarda-Chuva” é a espécie que requer uma grande área protegida para sua sobrevivência e que ao serem protegidas, consequentemente, preserva outras espécies.
 
Depois proponha que os estudantes escrevam um texto opinativo sobre: Extinção é uma questão de escolha?
3ª etapa 
A partir dos resultados do debate da aula anterior proponha à classe uma atividade na qual eles terão que escolher quais dessas espécies deixarão sobreviver. A lista sugerida traz 24 espécies (nomes populares) de animais e plantas em risco de extinção no Brasil, a turma deve escolher 12 para serem salvas. Solicite na aula anterior, que os alunos tragam uma pesquisa na internet para conhecer cada uma dos seres listados.

O objetivo dessa atividade é fazer com que os alunos percebam o quanto é complicado escolher quem deve ser salvo. Após ouvir as respostas, diga à turma que a espécie coral-chifre-de-veado é uma das poucas espécies-bandeira de invertebrados. Veja quantos a salvariam.
Ao final dessa atividade, questione se a extinção é um processo definitivo. Após ouvir as respostas, exponha que a extinção de espécies continuará gerando consequências mensuráveis a curto e longo prazo. Para ilustrar esse raciocínio explique qual o papel dos insetos no processo de polinização das flores de árvores tanto frutíferas ou não, de interesse comercial ou não. E quais as consequências do uso de defensivos agrícolas que afetam esses insetos.
O desaparecimento de uma espécie altera toda a estrutura ecológica: alimento – abrigo – competição. Clonar espécies que foram extintas milhões de anos atrás, retoma a pergunta: a extinção é para sempre? Se pensarmos na possibilidade de clonagem, talvez não. Teríamos a possibilidade de ter de volta ao mundo essas espécies perdidas. Podemos clonar, por exemplo, o tigre-dente-de-sabre, mas o mundo não será igual ao que teria sido se estes felinos não tivessem desaparecidos, ou seja, a extinção é de fato, irreversível.

Avaliação
Avalie a participação dos alunos em sala de aula levando em consideração o envolvimento com as discussões, a capacidade de posicionamento em uma questão de caráter ambiental como é o caso da extinção e a escolha de quem deve ser salvo. Os textos elaborados em sala são, além de ótima forma de avaliação, uma boa oportunidade de trabalho interdisciplinar com Geografia, Língua Portuguesa, Sociologia e Filosofia.


http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/o-processo-de-extincao-das-especies

Nenhum comentário:

Postar um comentário