Combinado para o uso do celular durante a aula
Os adolescentes
estão o tempo todo conectados e a maioria se recusa a abandonar o celular
enquanto está na escola. Não marginalize o uso do aparelho! Saiba como
formular, junto dos alunos, um acordo para o uso do telefone em sala de aula
Objetivos
Ø
Refletir sobre a
necessidade das normas e os procedimentos de legitimação que devem propiciar ao
sujeito o respeito por si próprio e pelo outro
Ø
Discutir o uso do
celular em sala de aula
Ø
Vivenciar uma
assembleia de classe
Ø
Criar coletivamente
regras sobre o uso do celular em sala de aula
Conteúdos
Ø
Ambiente cooperativo
Ø
Criação de regras
Anos Ensino Médio
Tempo estimado 4 aulas
Materiais necessários
Ø
Cartolina e caneta
para a divulgação do combinado (ou computador e impressora caso a turma
prefira digitar o texto)
Obs: para a realização da assembleia as carteiras precisam ser
dispostas em um círculo, para que todos possam se olhar.
Introdução
O compromisso com a
construção da autonomia pede uma prática educacional engajada com a compreensão
do desenvolvimento do aluno e a aquisição do conhecimento. Para alcançar esse
objetivo, segundo alguns estudos, é necessário uma educação que garanta a
vivência da cooperação.
É preciso lembrar
sempre que o papel do educador não é somente ensinar os conteúdos escolares,
mas também dar condições para que os alunos aprendam. O desenvolvimento de cada
um pode ser rápido ou lento, dependendo do ambiente. Por isso podemos dizer que
a inteligência e o desenvolvimento socioafetivo de uma pessoa adulta dependem
muito do que lhe foi oferecido durante sua formação, daí a necessidade de
interagir com estímulos desafiadores. Considerando esses pontos, este plano de
aula propõe uma reflexão coletiva sobre o uso do celular em sala de aula com as
turmas do Ensino Médio. O objetivo é trabalhar as características de um
ambiente escolar cooperativo e democrático, que seja favorável à autonomia
intelectual e moral.
Leia mais
Desenvolvimento
1ª etapa
Comece propondo uma
conversa sobre o uso do celular na escola, especialmente na sala de aula. A
conversa precisa ser aberta para que os alunos se sintam à vontade para expor
que pensam. Estimule os estudantes a apresentarem seus pontos de vista. Se a
escola tem uma regra específica sobre isso, ou se há uma lei que proíbe o uso
do aparelho (como no Estado de São Paulo), discuta o que pensam a respeito da
regra e o porquê. Finalize pedindo que os adolescentes pesquisem como o Brasil
e outros países lidam com o uso do celular na escola e peça que tragam os
resultados das pesquisas para a próxima etapa.
2ª etapa
A partir do material
que os adolescentes trouxeram, organize grupos de quatro a cinco pessoas. Os
alunos deverão compartilhar seus achados e organizar um texto. Cada grupo pode
escolher a forma como achar mais conveniente socializar essa produção,
inclusive via celular se eles assim preferirem. Após a escrita, peça que os
alunos dividam suas impressões. Faça a mediação desse momento, mas sem emitir
sua opinião ou fazer julgamentos. Esse é um momento de análise dos alunos.
3ª etapa
Discuta com a turma
o que é uma assembleia de classe (caso a escola não use esse recurso como uma
prática). As assembleias destinam-se a um momento escolar organizado para que
os membros da instituição discutam com o objetivo de melhorar a convivência e
outros problemas vividos no lugar.
Lembre que o
trabalho com as regras na escola é um aspecto pertinente a toda comunidade
escolar, pois trata do bem estar de todos. A assembleia permite que os alunos
participem em muitas situações da tomada de decisões e se sintam realmente
parte desse ambiente. É preciso alguns cuidados ao discutir e criar as normas:
Ø
as regras não devem
referir-se ao bem-estar de uma minoria, mas sim de uma maioria;
Ø
é preciso evitar
regras de respeito unilateral (não combinar: respeitar o professor, os
funcionários... e sim, respeitar as pessoas);
Ø
uma regra não pode
ferir uma lei;
Ø
é importante ter a
clareza que, quanto mais liberdade, mais responsabilidade se atribui aos
alunos.
Há quatro mecanismos
que devem ser utilizados ao se discutir com o grupo os temas que precisam ser
refletidos: pensar nas causas; pensar se as soluções atuam nas causas; analisar
cada solução e verificar se os princípios são respeitados.
4ª etapa
Chegou o momento de
todos decidirem, em uma assembleia, sobre o uso de aparelhos celulares na sala
de aula.
Eleja com a turma
(de forma democrática) os alunos que coordenarão as discussões, sendo que um
anota a ordem da palavra e o outro organiza a ata que sistematiza as reuniões.
Você, professor, atua como mediador. Por isso, não esqueça de favorecer
reflexões pautadas em princípios de justiça e equidade.
Ao final, é possível
elaborar um cartaz ou mesmo digitalizar um texto com a ata, informando a
comunidade escolar sobre como o tema foi discutido e quais regras foram
propostas. As regras criadas precisam ser claras sobre, por exemplo, o momento
que os celulares atrapalham o andamento de uma aula, quando odem ser utilizados
como um recurso didático da própria aula e como os professores e alunos
organizarão o uso do celular, entre outros itens.
Avaliação
Peça aos estudantes
que escrevam uma autoavaliação desta sequência didática. Você pode listar
algumas perguntas, como:
Ø
De que maneira você
participou das atividades?
Ø
Quais contribuições
das discussões para sua compreensão do tema proposto?
Ø
A organização de
regras sobre o uso do celular foi feita de forma democrática?
Ø
Você gostaria de
sugerir temas para a próxima assembleia?
Quer saber mais?
A organização das
regras e assembleias em sala de aula: obedecer à autoridade ou aos princípios? RAMOS,
A.M.; WREGE, M.G.; VICENTIN, V.F. In: É possível superar a violência na escola?
TOGNETTA, L.R.P.; VINHA, T.P.(orgs). São Paulo: Editora do Brasil, 2012.
Adriana de Melo Ramos
Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (campus Rio Claro) e coordenadora geral dos cursos de pós-graduação da Universidade de Franca (Unifran)
Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (campus Rio Claro) e coordenadora geral dos cursos de pós-graduação da Universidade de Franca (Unifran)
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