Prevenção da Aids: uma abordagem com os professores
Há mais de 30 anos o mundo
trava uma batalha contra a Aids. Esses esforços têm envolvido uma série de
investimentos, que vão das pesquisas laboratoriais para o desenvolvimento de
novos medicamentos e exames diagnósticos mais rápidos e eficientes ao trabalho
de prevenção por meio de campanhas na mídia e da atuação dos professores em
sala de aula.
O fator principal para
trabalhar a prevenção da Aids na escola é a tomada de consciência de que esse
não é um problema apenas dos mais jovens.
De acordo com o Boletim
Epidemiológico HIV/Aids, produzido pelo Ministério da Saúde, de 2003 a 2012
as maiores taxas de diagnósticos da doença foram observadas em pessoas de 30 a
49 anos. Além disso, foi registrada também uma tendência de aumento nas taxas
de detecção da doença entre jovens de 15 a 24 anos e adultos com 50 anos ou
mais.
A leitura fria e objetiva dos
números deixa claro que o HIV não tem nenhum tipo de preconceito. Ele infecta a
todos independentemente de estado civil, sexo, idade, etnia ou condição social.
Basta ter relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada para se
contaminar.
E como será que nós, adultos,
estamos lidando com esse fato? Estamos sendo bons exemplos para nossos alunos?
O que é preciso saber para fazer um trabalho efetivo de prevenção na escola? É
isso o que você confere a seguir.
Como estruturar o trabalho de
formação?
Na minha experiência como formadora de educadores, desenvolvi um roteiro de capacitação que tem ajudado os professores a desenvolver seus trabalhos de prevenção da Aids nas escolas.
Na minha experiência como formadora de educadores, desenvolvi um roteiro de capacitação que tem ajudado os professores a desenvolver seus trabalhos de prevenção da Aids nas escolas.
1ª etapa:
Ampliar os conhecimentos sobre a doença
É importante que todos os
professores tenham clareza sobre algumas informações básicas sobre a doença: o
que é Aids, como ela se processa no corpo, qual seu agente causador, os meios
de transmissão e as formas de prevenção.
Você pode acessar os posts
sobre Aids já publicados aqui no blog para esclarecer algumas dessas questões
com o grupo de professores durante as reuniões de formação. Confira aqui alguns
deles:
Não
basta informar sobre a Aids. É preciso motivar os alunos a se proteger! Carnaval: época de estimular a prevenção
Quatro tabus para derrubar ao falar sobre camisinha
Outra boa fonte de consulta é o portal do Ministério da Saúde totalmente voltado para o tema.www.aids.gov.br
Outra boa fonte de consulta é o portal do Ministério da Saúde totalmente voltado para o tema.www.aids.gov.br
2a etapa:
Vamos falar de sexo
A relação sexual é a principal
forma de transmissão da Aids. Então, debater questões relativas à sexualidade é
fundamental para identificar situações de risco de contaminação a que os alunos
possam ser submetidos. Para isso, é importante entender o que é sexualidade e
como ela se desenvolve nas crianças e adolescente. Para uma abordagem inicial
dessas questões, você pode utilizar alguns vídeos do Instituto
Kaplan em que eu abordo diferentes aspectos da sexualidade para propor
uma discussão com o grupo.
3a etapa:
Conhecer as políticas de prevenção
Agora, junte seu conhecimento
sobre Aids, sexo e sexualidade na adolescência, e conheça as políticas de
prevenção desenvolvidas pelo Ministério da Saúde: os fatores de risco e
proteção que são adotados, o conceito de vulnerabilidade, os serviços
disponíveis e as principais formas de prevenção, diagnóstico e tratamento da
Aids no Brasil. Muitas dessas informações estão disponíveis no portal aids.gov.br
4a etapa:
Definição dos conteúdos
Baseado no conhecimento que
você adquiriu sobre o tema e na realidade dos alunos, faça um levantamento
coletivo e uma leitura crítica sobre os conteúdos que podem ser utilizados de
forma interdisciplinar nas conversas com os alunos sobre prevenção. Nesse momento,
é importante atentar para as diferenças cognitivas de cada faixa etária e
encontrar a abordagem mais adequada a cada uma delas. Minhas sugestões de
leitura para esse momento são: o PCN
de Orientação Sexual, o Guia de Orientação Sexual – Diretrizes e Metodologia e
o Projeto
Quebra Tabu, do Instituto Kaplan
5a etapa:
Planejamento das abordagens
Definidos os conteúdos, o
próximo passo é aprender sobre metodologia participativa, pensar em abordagens
e selecionar materiais apropriados para tratar os temas com seus alunos. Aqui
no próprio blog você pode encontrar algumas sugestões de dinâmicas e jogos.
6a etapa:
Avaliação
Esse é o momento de monitorar
e avaliar se o trabalho está mobilizando os alunos e produzindo o resultado
esperado.
Para esta aprendizagem e
reflexão sobre a importância da avaliação do trabalho de prevenção da
Aids, indico um excelente artigo de Ricardo Ayres, professor de Medicina
Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), voltado especificamente para
essa questão (baixe o artigo aqui).
Em tempo
Se você se interessou por essa
perspectiva de trabalho e gostaria de ter uma formação mais aprofundada nas
questões que tratei neste post, fica aqui meu convite para o curso Quebra Tabu
que acontecerá em agosto no Instituto Kaplan (mais informações aqui).
Você já participou de alguma
atividade de formação voltada para prevenção das DST/Aids? O que achou desta
proposta? Compartilhe sua opinião com a gente!
Até a próxima!
http://revistaescola.abril.com.br/blogs/educacao-sexual/2014/05/15/prevencao-da-aids-uma-abordagem-com-os-professores/
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