Como surgem as
galáxias?
Amplie a compreensão
da turma sobre o ciclo de vida das estrelas, levando-os a refletir sobre a
essência da matéria e como ela se combina para dar origem ao Universo
Conteúdo
- Etapas da evolução estelar: transformação em estrelas gigantes,
estrelas anãs ou buracos negros
- Evolução dos modelos de Universo: matéria, radiações e interações
fundamentais
Objetivos
Reconhecer os modelos atuais propostos para origem, a evolução e
constituição do Universo, os debates entre eles e os limites de seus resultado
Tempo estimado Duas aulas
Anos Ensino Médio
Materiais necessários
- Cópias da reportagem "Aglomeração de estrelas ajuda a
entender a estrutura da galáxia", disponível no site de Veja
- Acesso à internet
Experimento das estrelas
- Bexigas
- Uma fita métrica
- Papel alumínio
- Tesoura
- Alfinete
- Balança
Experimento do buraco negro
- Cartolina
- Copo descartável vazio
- Bolinha de gude ou metálica
- Cola bastão
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Desenvolvimento
1ª etapa
1ª etapa
Comece a aula questionando os alunos sobre a matéria de que todos
nós somos feitos. Insista na pergunta porque ela é fundamental para os
conceitos que serão discutidos e aprendidos. Procure, por meio de dicas, fazer
com que os alunos mencionem as moléculas e os átomos. Explique que os átomos
são elementos químicos oriundos de reações nucleares que ocorrem dentro das
estrelas a partir do elemento básico mais abundante no universo: o hidrogênio.
Desde o Big Bang esse átomo é a base de todos os outros. As estrelas são como
grandes fábricas de elementos mais complexos. É a partir delas que se formaram
a maioria dos elementos químicos da tabela periódica. Portanto podemos dizer
que todos somos formados indiretamente por "restos" de estrelas.
Para entender o que é uma estrela, recorra a uma definição geral: “Uma
estrela é um corpo gasoso no interior do qual ocorrem reações de fusão nuclear
formando elementos mais pesados".
Corpo gasoso significa que não há superfície a princípio, pois não
há substância sólida no começo da vida. Essa nuvem é composta basicamente de
hidrogênio, que é o combustível para que ocorra a tal da fusão nuclear, ou
seja, a junção de núcleos de átomos de hidrogênio para formar elementos mais
complexos como o hélio, o lítio e o carbono, entre outros. Até o final da aula,
vamos entender o que é e o que causa a fusão nuclear. Mas antes quebre alguns
mitos que os alunos carregam sobre os astros em questão. Diga que diferentemente
do que pensamos as estrelas não têm pontas. Elas são esféricas porque este é o
formato geométrico de menor energia (que significa melhor estabilidade ou
equilíbrio). As pontas que enxergamos quando olhamos para o céu, em geral,
representam a cintilação ocasionada pelo desvio luminoso ao atravessar a
atmosfera.
Aproveite o momento e apresente o Stellarium para a turma (link aqui), um planetário digital de código aberto. Nele,
além de recursos astronômicos com riqueza de detalhes visuais, é possível
conhecer muitas estrelas de tamanhos diferentes e ainda observá-las de lugares
diferentes que extrapolam os limites da Terra, como por exemplo a Lua. Sem a
presença da atmosfera, as diversas galáxias, que são conjuntos de estrelas,
apresentam-se de forma fascinante para os olhos pouco acostumados com essa
realidade. Diga aos alunos que os grupos de estrelas formam primordialmente o
que chamamos de aglomerados estelar. O berço das estrelas é uma composição de
nuvem de gás e poeira chamada de nebulosa. Dentro dessa massa de gás algumas
partes começam a se concentrar devido à força gravitacional. Para esclarecer
esse processo, diga aos alunos que é bem parecido com a formação da chuva
dentro da nuvem: a água vaporizada forma gotículas pequeníssimas que vão se
unindo a outras, depois outras, até que ganham forma e massa para precipitarem
como gotas. A diferença na formação das estrelas é que o gás hidrogênio começa
a se unir com outros, e sua força de atração aumenta, pois a massa cresce e
junto com ela a atração gravitacional. Esse processo ocorre até que sua força é
tamanha que começa a sofrer aquecimento gradativo e encerra no processo de
fusão nuclear.
Em outras palavras, os átomos de hidrogênio sofrem tanta pressão
pela atração que começam a se apertar de tal forma que seus núcleos se fundem,
provocando uma imensa liberação de energia. Eis o mistério da luz das estrelas.
É uma bomba atômica constante que não cessa enquanto houver hidrogênio para
promover a fusão. O mais interessante é que, ao mesmo tempo que ela provoca uma
explosão gigantesca com liberação de energia imensa, ela mesma recolhe seus
"restos" de explosão. É como se houvesse uma grande explosão, mas os
detritos - que se espalhariam para todos os lados - estivessem amarrados a
elásticos e voltassem a compor o corpo que gerou sua explosão. Eis o equilíbrio
da estrela: uma constante explosão que não espalha seus elementos pelo espaço.
2ª etapa
Retome a discussão sobre o surgimento dos corpos celestes e
esclareça aos alunos que nem sempre aglomerados de gás e poeira formam
estrelas, pois em alguns casos a massa é tão pequena que a atração
gravitacional não consegue promover a fusão nuclear. Caso o processo de fusão
não ocorra, a estrela não se forma, e se a massa for equivalente a 8% da massa
do Sol será chamada de anã-marrom, porém não se pode dizer que se trata de uma
estrela, pois o processo de formação não foi bem sucedido.
Quando bem sucedidas as estrelas brilham durante bilhões e bilhões
de anos. Há muita massa de hidrogênio para "queimar" e promover a
fusão de novos elementos. Aos poucos o núcleo da estrela vai se tornando mais
denso, pois os novos elementos, mais complexos que o hidrogênio, carregam mais
prótons e nêutrons no seu núcleo. Nesse caso, a estrela tende a caminhar para a
fase adulta e em seguida para sua morte. Para compreender melhor, se houver
tempo e disponibilidade de material, realize o experimento a seguir para
simular o processo de morte de uma estrela.
Encha três bexigas com volumes bem diferentes (uma bem cheia, outra
com metade do volume e outra com 25% do volume da maior) e diga a turma que
cada bexiga representa um tipo estrela. Envolva totalmente cada uma das bexigas
com folhas de papel alumínio. Use a bexiga menor para representar o Sol,
colocando-a como referência para comparar as fases finais de cada estrela (vide
tabela 1). Deixe bem claro que a massa é determinante na vida e na morte de uma
estrela. Escreva na lousa que a densidade de uma estrela é a sua massa dividida
pelo seu volume (densidade=massa/volume) e enfatize que o volume é inversamente
proporcional a densidade, ou seja, para uma mesma massa, quanto maior o volume
menor será a sua densidade.
Diga aos alunos que a alta concentração de massa distribuída em um
pequeno volume gera alta gravidade, por isso a importância da densidade. Para
exemplificar a situação, mostre a comparação entre Saturno e a Terra. Mesmo o
planeta anelado tendo cerca de quase 100 vezes a massa da Terra, suas
gravidades são quase a mesma, diferindo em menos de 10%. Isso ocorre porque a
massa da Terra é bastante concentrada, o que faz sua densidade ser bem mais
alta que a de Saturno.
Reforce que, dentro de uma estrela, há um processo chamado de fusão
nuclear responsável por produzir alta pressão e temperatura. Essa pressão gera
força de repulsão no interior da estrela, mas ao mesmo tempo a força
gravitacional atrai a massa repelida, impedindo que todo material seja lançado
pelo espaço. A medida que o processo de fusão nuclear for diminuindo, a força
interna de repulsão também diminuirá e a força de atração entre os fragmentos
da própria estrela será favorecida, provocando diminuição do seu volume e
consequente aumento em sua densidade. Nesse momento segure uma bexiga de cada
vez e fure-as com o alfinete, o papel alumínio manterá o formato delas.
Com as mãos, amasse bem cada molde de alumínio, simulando a
contração da estrela quando o hidrogênio vai se exaurindo. Use a balança para
medir a massa de cada uma delas. A massa da bolinha de alumínio formada pela
bexiga menor, como já dito, será a de referência e pode ser considerada o Sol.
Em seguida compare os valores das outras e verifique o destino que tomará a
estrela.
Basicamente podemos entender a nomenclatura Anã branca como a
classificação dada às estrelas de massa pequena. Estrela de nêutrons são os
astros de massa maior, com grande densidade e gravidade a ponto de entrar em
colapso no final da vida e expandir-se em uma explosão de supernova, liberando
uma quantidade imensa de energia, como se fosse um flash ultra potente com
milhares de vezes o brilho solar, mas que depois se condensa em um corpo
altamente denso de tal forma que os átomos ficam restritos a núcleos formados
apenas por nêutrons (os elétrons seriam "acoplados" aos prótons e
formariam nêutrons). Buracos Negros são corpos cuja densidade é praticamente
incompreensível, mesmo para os cientistas. Seu corpo é tão maciço que são
denominados como singularidade. Para se ter uma ideia, é como se
toda a massa da Terra fosse esmagada em uma bola de golfe. Isso seria a
composição básica do buraco negro. Por ter muita massa e altíssima densidade,
sua gravidade é tão grande que até mesmo a luz é atraída por ele. Isso
significa que nunca ninguém viu ou verá um buraco negro, simplesmente porque
ele não reflete luz; ele a "engole".
Para simular um buraco negro, fale para os alunos para construírem
um experimento que reproduz sua atração devastadora.
Pegue uma cartolina e corte uma pequena circunferência com 25 cm de
diâmetro. Em seguida, faça um corte radial e cole as duas bordas de modo a
formar um objeto cônico, em forma de funil. Coloque o funil no topo do copo e
lance uma bolinha tangenciando a borda do funil. A bolinha realizará uma
trajetória elíptica e sua velocidade aumentará à medida que desliza em direção
ao centro. Esse movimento é similar à trajetória dos corpos quando sugados
pelos buracos negros. É por meio desses objetos que os cientistas
"enxergam" os buracos negros, pois são eles os elementos observáveis
e que o evidenciam. Quanto mais massa ele incorpora, maior fica sua gravidade e
seu poder de sugar tudo o que estiver por perto também cresce.
Avaliação
Retome os assuntos discutidos sobre os astros e verifique se a
turma compreendeu os principais conceitos do ciclo de vida das estrelas. Peça
para pesquisarem em casa sobre os diversos tipos de estrelas mapeadas pelo
homem. Se a escola dispor de recursos audiovisuais, monte grupos de no máximo 4
alunos para fazerem uma apresentação em slides das estrelas mais interessantes
para cada grupo, trazendo informações relevantes e enriquecedoras para a turma.
Caso a escola não disponha de recursos, peça para que cada grupo faça em uma
cartolina os desenhos esquemáticos em escala das maiores estrelas mapeadas em
relação ao Sol. Antes, porém, verifique se alunos dominam os conhecimentos
necessário para realizar essa tarefa. Em ambos os casos os critérios para
avaliar cada trabalho podem ser baseados nas informações encontradas, recursos
visuais empregados e domínio dos conceitos trabalhados em sala de aula. Essa
tarefa pode dar início ao despertar de uma nova visão sobre a evolução dos
astros e outros mistérios. A participação do aluno com perguntas, observações e
inclusões também será um elemento essencial na composição do quadro de
avaliação.
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/plano-de-aula-fisica-como-surgem-galaxias-784079.shtml
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