Retratos pictóricos: da pintura à fotografia
Trabalhe com os alunos a evolução dos retratos e discuta o impacto do
surgimento da fotografia na mudança de direção que as artes plásticas tomaram
Objetivos
· Investigar o encontro entre
arte e público na dimensão da mediação cultural, como experiência estética a
ser compartilhada (Ensino Médio)
· Investigar as
potencialidades das relações entre linguagens artísticas e forma-conteúdo
(Ensino Médio)
Conteúdos
·
Modos de
documentação em Arte
·
A intervenção e seu
registro como documentação
Anos Ensino Médio
Tempo estimado 6 aulas
Material necessário
· Cópias da reportagem
"Luz, câmera... Ação!" (VEJA 2374, 21 de maio de 2014)
· Projetor para a exibição de
imagens e vídeos
· Cópias do poema
"Auto-retrato" de Mário Quintana (disponível abaixo), do livro
"Apontamentos de História Sobrenatural" (Editora Globo, 2005)
· Equipamento de som para
reprodução de áudio
· Papel craft, papel A4,
lápis 6B, canetas hidrográficas coloridas, lápis de cor, tinta guache, papéis e
imagens para colagem, tesoura, cola, régua, selfies impressas, lápis, papel
cartonado ou corlorset preto, papelão ou CD velho, fita adesiva, parafuso com
arruela e porca, tampa plástica de refrigerante.
Leia mais
Atualmente, a cada dois
minutos se produz a mesma quantidade de imagens originadas em todo século XIX.
Nossa sociedade incorporou o uso da tecnologia no cotidiano e multiplicou a
produção de imagens a um número inimaginável, a ponto de uma vida humana não
dar conta de observar e analisar todas elas.
Nessa chamada cultura
visual que nos cerca, um gênero específico de produção de imagem tem tido seu
ápice nas redes sociais - o retrato. As populares "selfies" refletem a relação do jovem com a
produção de imagens e a concepção do jovem sobre si mesmo, sendo um importante
meio de subjetivação na contemporaneidade.
Porém, a hiperexposição
dessas imagens pode ser preocupante, sendo importante retomar com os alunos as
origens do retrato, na pintura, na fotografia e posteriormente no cinema
(fotografia em movimento) para investigar percepções mais claras a respeito das
dinâmicas da representação de si e do outro ao longo da história.
1ª etapa
Inicie as atividades com
uma proposta de sensibilização e descontração. Com auxílio do equipamento de
som, execute uma música instrumental de sua preferência. Peça para que os
alunos sentem confortavelmente, relaxem e prestem atenção no som. Em seguida,
entregue cópias do poema "Autorretrato" de Mário Quintana e dê o
tempo necessário para a leitura individual. Uma vez terminada a leitura, peça
que um aluno leia o poema em voz alta para o restante da turma.
Texto 1
O auto retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
(Mário Quintana, in 'Apontamentos de História Sobrenatural')
O auto retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
(Mário Quintana, in 'Apontamentos de História Sobrenatural')
Este momento inicial da
aula é um período de contemplação e reflexão que introduz o tema que será
abordado, e que tem o objetivo trazer a concentração dos alunos para dentro da
sala, desligando-os um pouco do estresse e das preocupações externas.
Em seguida, divida a turma
em trios, distribua a reportagem "Luz, câmera... Ação", publicada
pela revista Veja, e oriente-os a fazer a leitura tendo em mente as seguintes
questões que precisam ser respondidas:
Em sua opinião, se a câmera
de ação nos oferece "pontos de vistas inéditos" - como exposto na
reportagem - ela pode nos auxiliar a olhar através das aparências das coisas?
Você concorda com a
afirmação de Sylvio Mancusi - atleta apresentado na reportagem - que as imagens
resultantes das câmeras de ação permitem que o observador sinta a emoção do
atleta? Justifique sua resposta.
E na vida cotidiana, que
imagens você gostaria de fazer com uma câmera como esta?
Retome o agrupamento comum
da sala. Peça para que os grupos socializem as respostas da análise do texto.
Escreva palavras-chave na lousa de acordo com as respostas dos alunos e
problematize em conjunto as seguintes questões, ainda com base na reportagem,
porém ampliando a discussão:
· O que é um ponto de vista?
· A fotografia transmite
informação?
· E, a pintura transmite
informação?
· Quais as formas possíveis
de se retratar alguém?
Em seguida, para suscitar a
curiosidade e estimular o percurso da atividade, entregue a cada aluno uma
cópia impressa de uma das frases abaixo. Cada aluno receberá uma única frase,
de modo que, se a turma tiver 30 alunos, cinco deles receberão a frase número
1, outros cinco a frase número 2, e assim por diante...
Percebo César reproduzo
César e isso é mágico!
O retrato de César é César.
Observe a verdadeira
aparência de César.
Controle a aparência de
César.
Lembra-me, quem fora César.
Selfie de César, um César
no qual confiar
É necessário manter a
numeração à frente da frase, para dar seqüência às discussões durante as
atividades. Cada frase indica uma etapa e uma diferente perspectiva sobre a
produção de retratos ao longo dos séculos. Peça para que leiam e reflitam sobre
o possível significado da frase que receberam, e reservem os papéis porque eles
serão utilizados na etapa seguinte.
O objetivo dessa etapa é
disponibilizar aos alunos, por meio de enigmas, a sequência didática dos
conceitos e conteúdos que serão abordados, sobre a evolução dos retratos,
discutindo o impacto do surgimento da fotografia na mudança de direção que as
artes plásticas tomaram e na mudança de toda a representação imagética do homem
perante si e perante a sociedade.
2ª etapa
Proponha a construção
coletiva de uma linha do tempo, em papel craft, sobre as mudanças nas
representações da imagem do homem através do conceito de retrato em Arte. O
retrato passou por muitas mudanças ao longo da história e "soube"
adaptar-se a cada época. Assim, essa estruturação em linha temporal pode ser
útil pedagogicamente para trabalhar o desenvolvimento dos conceitos até a
contemporaneidade, porém deixa claro que não se trata de uma
"evolução" porque as características de cada "fase" estão
presentes nas fases posteriores de diferentes formas.
Proponha que os alunos que
receberam a frase 1, "Percebo César, reproduzo
César e isso é mágico!", leiam-na para o restante da turma
e comentem o que entenderam, ou suas dúvidas, sobre a frase.
Indique que os alunos com
essa frase em comum se reunirão em grupo e ficarão responsáveis por preencher e
decorar (utilizando imagens, poemas, textos etc.) a primeira "fase"
na linha do tempo coletiva.
Explique que a utilização
do nome César faz referência a um título concedido aos 11 primeiros imperadores
romanos, cuja origem remete ao nome de Caio Júlio César, e que nesse caso
"César" torna-se um exemplo de insígnia de poder e, para aula em
caráter lúdico, se tornará sinônimo de figura/personagem, tomando como base o
famoso enunciado "O retrato de César é César", que serviu de
inspiração para as demais frases.
Discuta a partir da
primeira frase "Percebo César, reproduzo
César e isso é mágico!" as
origens do retrato, na forma tridimensional e bidimensional, utilizado no
Egito, no mundo grego e na antiga sociedade romana com finalidades diversas:
comemorativa, religiosa, funerária etc., em um contexto em que a imagem, fruto
da necessidade do homem de reproduzir e fixar aquilo que percebia e sentia,
tinha uma dimensão mágica.
Peça, em seguida, para os
alunos que receberão a frase 2, "O retrato de César é
César", leiam-na para o restante da turma e comentem o que
entenderam, ou suas dúvidas, sobre a frase. Indicando que eles também se
reunirão em grupo e ficarão responsáveis por preencher e decorar (utilizando
imagens, poemas, textos etc.) a segunda "fase" na linha do tempo
coletiva.
Problematize a partir da
segunda frase, "O retrato de César é
César", que assumida a dimensão mágica da imagem, ela
passa a possuir poder e o mesmo valor social do personagem que ela representa.
Os retratos se confundiam com o próprio retratado e a representação tornava
presente o ausente. A população cultuava a imagem como se fosse o próprio
imperador, e o imperador estava em todos os lugares (essa é a origem da ideia
de "vigilância através da imagem" com a qual o professor poderá fazer
paralelo, posteriormente, sobre o uso das redes sociais contemporâneas).
Peça, em seguida, para os
alunos que receberão a frase 3, "Observe a verdadeira
aparência de César", leiam-na
para o restante da turma e comentem o que entenderam, ou suas dúvidas, sobre a
frase. No decorrer das etapas da aula o aluno vai intuindo os significados e
tornando suas interpretações sobre as frases seguintes mais ricas e
expressivas. Indique que eles também se reunirão em grupo e ficarão
responsáveis por preencher e decorar (utilizando imagens, poemas, textos etc.)
a terceira "fase" na linha do tempo coletiva.
Essa compreensão da imagem
que torna presente o ausente pautou em diferentes níveis a retratística europeia
do século XV ao XVIII, onde o retrato passou a ocupar lugar destacado,
acompanhando os anseios da corte e da burguesia urbana de projetar suas
imagens, na vida pública e privada. O homem torna-se o centro das atenções e
com isso a ideia de "aparência" ganha sentido, esteticamente e
filosoficamente. A imagem começa a se confundir com a realidade pautada pelo
naturalismo e a ideia de "mimesis" se consolida, indicando que esses
conceitos eram domínio da pintura e da escultura. Exiba, durante todo o
percurso, com auxilio do projetor, retratos que integram o conceito. A exemplo,
a escultura grega de Augusto César, a pintura funerária egípcias, o célebre
quadro de "Giovanni Arnolfini e sua esposa (1434)" pintado por Jan
van Eyck, retratos de Piero della Francesca, Domenico Ghirlandaio, Rafael,
Leonardo Da Vinci, Ticiano, Caravaggio, Velázquez , Peter Paul Rubens, entre
outros.
Durante a leitura das
imagens foque no gênero pintura, abordando questões formais e materiais
(perspectiva, luz, sombra, pigmento etc.) os estilos pictóricos e
"movimentos" do qual as obras fazem parte, bem como as
características de cada artista apresentado. Focando posteriormente nos
personagens retratados, as roupas, os costumes e os padrões sociais.
Esses conceitos,
apresentados aqui de maneira resumida, podem ser amplamente discutidos, também
ancorados nas disciplinas de História e Sociologia, sendo esta uma oportunidade
de trabalhar interdisciplinariamente.
3ª etapa
Peça, em seguida, para os
alunos que receberam a frase 4, "Controle a aparência de
César", lerem-na
para o restante da turma e comentarem o que entenderam, ou suas dúvidas sobre a
frase. Indique que eles também se reunirão em grupo e ficarão responsáveis por
preencher e decorar (utilizando imagens, poemas, textos etc.) a quarta
"fase" na linha do tempo coletiva.
Problematize que os séculos XIX e XX apresentaram novos contornos às concepções de retrato, projetando figuras de segmentos sociais mais amplos e não apenas dos círculos aristocráticos, por meio de maior liberdade expressiva dos artistas e também, fruto das revoluções industriais e do surgimento de uma nova classe. As perspectivas naturalistas perdem sua força, e o advento da fotografia é fator fundamental para o descarte da reprodução fiel da figura e do mundo, levando os pintores a enfatizar o caráter interpretativo da obra. Exponha que a fotografia desenvolve uma retratística própria, o que leva a pensar o retrato como gênero extremamente popular no interior do campo fotográfico.
Problematize que os séculos XIX e XX apresentaram novos contornos às concepções de retrato, projetando figuras de segmentos sociais mais amplos e não apenas dos círculos aristocráticos, por meio de maior liberdade expressiva dos artistas e também, fruto das revoluções industriais e do surgimento de uma nova classe. As perspectivas naturalistas perdem sua força, e o advento da fotografia é fator fundamental para o descarte da reprodução fiel da figura e do mundo, levando os pintores a enfatizar o caráter interpretativo da obra. Exponha que a fotografia desenvolve uma retratística própria, o que leva a pensar o retrato como gênero extremamente popular no interior do campo fotográfico.
Exiba também, durante todo
o percurso, com auxilio do projetor, retratos que integram o conceito. Como os
retratos de Jean-Auguste-Dominique Ingres, pintor que mesmo fazendo uso de um
padrão clássico de composição subverte a convenção (por exemplo, nos retratos,
em que a figura representada na tela dirige seu olhar a um observador
não-retratado, mas implícito), os retratos de Courbet, Picasso, Manet, Degas,
Van Gogh, Tarsila do Amaral, Flavio de Carvalho, Portinari, entre outros.
Durante a leitura das
imagens, compare os personagens retratados (as roupas, os costumes, os padrões
sociais etc.) com os personagens dos retratos analisados anteriormente. Ainda
focando no gênero pintura, aborde também questões formais e materiais
(perspectiva, luz, sombra e pigmento) os estilos pictóricos e
"movimentos" do qual as obras fazem parte, bem como as
características de cada artista apresentado.
Peça, em seguida, para os
alunos que receberam a frase 5,"Lembra-me,
quem fora César" leiam-na
para o restante da turma e comentem o que entenderam, ou suas dúvidas, sobre a
frase. Indicando que eles também se reunirão em grupo e ficarão responsáveis
por preencher e decorar (utilizando imagens, poemas, textos etc.) a quinta
"fase" na linha do tempo coletiva.
Em seguida, centre as
discussões na ruptura e mudanças de perspectivas que se originaram a partir da
popularização da fotografia. Durante a segunda metade do século XIX, a pintura
e fotografia se opuseram. A pintura continuava a ser encarada como arte,
rompendo as barreiras da representação, enquanto a fotografia não obteve de
imediato esse estatuto. A pintura retratística e a fotografia começaram a colaborar
entre si e evoluírem uma com a outra. A fotografia era mais rápida na
confecção, mais realista e permitia a multiplicação de uma única imagem. As
técnicas pictóricas passaram a ser mais fluidas, livres e espontâneas uma vez
que as reproduções mais fidedignas podiam ser obtidas com a fotografia. Os
pintores recolhiam fotografias das paisagens e dos modelos para poderem depois
pintá-los no conforto dos seus ateliês. A pintura passou a fazer uma exploração
mais plástica dos enquadramentos e assumiu de certa forma o ponto de vista do
fotografo, enquanto a fotografia apropriou-se de muitas das temáticas da
pintura. Aborde também o surgimento da fotografia em movimento, e
posteriormente do cinema, como o conhecemos.
Problematize que a vida nas
grandes cidades instaura a fragmentação do cotidiano, introduz a fugacidade das
impressões e o retrato do homem passa a ser pautado por um certo documentalismo
social, onde a ideia de memória e resgate do tempo perdido passam a fazer parte
dessas representações. Exiba imagens que mostrem a relação entre pintura e
fotografia nesse período, como a pintura de Jean Steen (séc. XVII) que inspirou
a foto de Lois Camille d'Oliver (1856); a pintura de Courbet e a fotografia
Villeneuve, o violino de Ingres representado por Man Ray, entre outros.
Durante a leitura das
imagens, o foco passará a ser a fotografia. Aborde as questões materiais e
formais (bidimensionalidade e projeção, tipos de perspectiva, ponto de fuga,
planos e posições da câmera etc.) bem como as características das produções dos
fotógrafos.
4ª etapa
Peça para os alunos que
receberam a frase 6, "Selfie de César, um César no
qual confiar", leiam-na para o restante da turma e
comentem o que entenderam, ou suas dúvidas, sobre a frase. Indique que eles
também se reunirão em grupo e ficarão responsáveis por preencher e decorar
(utilizando imagens, poemas, textos etc.) a sexta "fase" na linha do
tempo coletiva.
Apresente aos alunos e
problematize as questões da contemporaneidade e como ela se relacionam com os
períodos que a antecederam. Como uma síntese, o "boom" das
fotografias e da produção de imagens no qual vivemos se relaciona e possui características
de toda a linha do tempo. Os retratos passam a ser "espelho do real",
e os autorretratos, intitulados de "selfies", oferecem ao fotografo a
oportunidade da descoberta de si mesmo, bem como da imagem que os outros tem da
sua personalidade, através do excesso de visibilidade. O advento da Internet e,
principalmente, das redes sociais, ofereceu ao fotógrafo amador ou profissional
um novo veiculo para as suas imagens.
Exiba retratos de
fotógrafos contemporâneos, como Nadar, Robert Mapplethorpe, Cindy Sherman, Nan
Goldin ou Maureen Bisilliat. Em seguida, peça para que eles descrevam a imagem
observada de maneira objetiva e, de maneira subjetiva, proponha que descrevam
seus sentimentos em relação à imagem e especulem sobre os sentimentos, hábitos
e costumes dos personagens da fotografia. Em seguida, exiba a "selfie
do Oscar" retrato
de grande circulação na mídia, tirado pelo ator Bradley Cooper com a
apresentadora Ellen DeGeneres e outros atores, entre os quais Lupita Nyong'o,
Kevin Spacey, Angelina Jolie e Brad Pitt.
Proponha que os alunos
realizem o mesmo exercício realizado anteriorment, isto é, que observem essa
fotografia e descrevam a imagem observada de maneira objetiva e, de maneira
subjetiva, proponha que descrevam seus sentimentos em relação à imagem e
especulem sobre os sentimentos, hábitos e costumes dos personagens da
fotografia. Instigue para que respondam quais as principais diferenças entre a
selfie e as imagens de Man Ray (por exemplo), sejam a respeito da técnica, da
máquina utilizada ou do veículo de circulação nos quais essas imagens se
destinam. Parta da conscientização dos elementos que compõem a fotografia -
linhas, formas, cores, luz - para discutir o ponto de vista do fotógrafo, que
avalia e recombina o que vê em busca de imagens expressivas e diferentes
perspectivas. Peça para que cada aluno opine sobre as selfies - porque eles a
produzem, porque sentem necessidade de publicá-las, se eles imprimem tais fotos
etc.
Peça para que os alunos se
reúnam nos respectivos grupos e dê o tempo necessário à confecção da linha do
tempo coletiva. Nessa etapa o aluno terá a oportunidade de organizar e resumir
os conceitos que aprendeu durante o percurso.
5ª etapa
Como a multiplicidade de
fotografias/selfies é um hábito, proponha aos alunos ainda dentro da divisão
dos grupos que utilizem os celulares para criar selfies em sequência, se
fazendo do principio de gif (fotografia quadro a quadro), cabendo a cada grupo
escolher as poses, contextos de interação dos personagens retratados etc. com
base na frase e conceito que nortearam a construção da etapa (na linha
temporal) de seu respectivo grupo.
Proponha a partir dessa sequência
de imagens a criação de um Zootropo de Selfies.
O Zootopro é um dispositivo inventado no século XIX e é considerado um dos pais
mais próximos da animação. Toda animação se baseia no princípio da persistência
visual: quando a luz atinge a retina, a imagem formada persiste por alguns
décimos de segundos. Se várias imagens são alternadas rapidamente, temos a
sensação de movimento. Serão necessários para construção: as selfies impressas
na medida 5cm por 5cm, lápis grafite, canetas hidrográficas, cola branca,
régua, tesoura, tira de 57 x 15 cm de papel cartonado ou corlorset preto, um
círculo de papelão de 30 cm de diâmetro, um círculo de papelão de 20 cm de
diâmetro ou um CD velho, fita adesiva, parafuso com arruela e porca (o objetivo
é sustentar o CD ou papelão e permitir que ele gire) e uma tampa plástica de
refrigerante. Para ajudar na construção, exiba alguns vídeos disponíveis no
Youtube, que você encontrar clicando aqui, ou
ainda nesse outro link
Como fazer:
· Recorte uma tira de 57,5 cm
de largura por 15 cm de altura de papel cartonado
· Com a régua, marque a
partir da parte superior da cartolina as alturas de 6 (linha A) e 7 (linha B)
cm e faça dois riscos paralelos com 1 cm (entre as linhas A e B) de distância
entre eles, de ponta a ponta
· Em outro pedaço de papel
cartão, cole a primeira selfie impressa no tamanho de 5 cm de altura, e as
selfies seguintes lado até o final da tira, distantes 3 cm de uma à outra. A
primeira e a última selfie devem estar na mesma posição, ou seja, serem iguais
· Na parte superior da tira
de cartolina, a partir de 2,5 cm da lateral, recorte janelas de 1 cm de largura
distantes 5 cm uma da outra. As janelas devem ir até a linha A
· Recorte mais uma tira de
papel cartão, de 57,5 cm de comprimento por 1 cm de altura, Com a cola em
bastão cole essa tira junto à borda onde foram recortadas as janelas
· Pinte o círculo de 20 cm
com tinta guache, faça um furo no meio ou utilize o CD.
· Pegue a cartolina, faça
pequenos corte com cerca de 1 cm distantes 1 cm um do outro na parte inferior.
Dobre essa extremidade e cole a cartolina ao redor do círculo, com o lado das
selfies para dentro
· Pinte o círculo de 30 cm ,
faça um furo no centro e passe por ele o parafuso
· Encaixe por cima a tampa
plástica (também furada), a arruela, o círculo menor com a cartolina já colada
e por último a outra arruela, prenda a porca com cola para não soltar e espere
secar
Avaliação
Monte com os alunos uma
exposição da linha do tempo, na sala ou nos corredores da escola, e exponha os
Zootropos manuais produzidos pelos alunos. Avalie a apropriação dos conceitos,
a participação em grupo, a leitura das obras dos artistas, o resultado do
Zootropo e das Selfies bem como o diálogo sensível e conceitual apresentado
pelo aluno na sua confecção.
Consultoria Suellen Barbosa
Arte-educadora no Museu Afro-Brasil e mestranda no programa de Artes Visuais: Teoria, Ensino e Aprendizagem da Universidade de São Paulo (USP)
Arte-educadora no Museu Afro-Brasil e mestranda no programa de Artes Visuais: Teoria, Ensino e Aprendizagem da Universidade de São Paulo (USP)
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/retratos-pictoricos-pintura-fotografia-783171.shtml
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