Estamos perdendo tempo nas reuniões pedagógicas?
“As reuniões pedagógicas são perda de tempo”.
Já ouvi essa frase de muitos professores em várias escolas diferentes.
Sempre me incomoda perceber que alguns docentes encaram o momento de discutir
coletivamente as questões da escola como algo inútil ou perda de tempo, pois é
justamente nesse momento que decisões pedagógicas importantes podem ser
tomadas. É preciso retomar o papel desses encontros e sua importância para
melhorar a prática docente e o trabalho com a equipe gestora.
Sem pretender fazer uma
lista exaustiva, podemos dizer que a reunião de professores serve para:
- organizar demandas do
cotidiano escolar.
- organizar intervenções
interdisciplinares.
- discutir casos de alunos
que demandam uma decisão coletiva.
- oportunidade de estudar
em conjunto.
No entanto, por vários
motivos, muitas reuniões acabam de fato sendo mal utilizadas. Talvez por falta
de preparação e de clareza sobre os objetivos do encontro, a conversa acaba
sendo improdutiva e nada é resolvido.
Além disso, há
“indisciplina” por parte dos próprios participantes, que se dispersam ou
fazem outras coisas durante a reunião (preenchem diário, corrigem provas,
conversam paralelamente, usam o celular)… Atitudes que só contribuem para
piorar a situação.
Mesmo quando a reunião é
bem preparada e conduzida, pode ficar centrada apenas nas questões
organizacionais: discutir e informar cronograma, distribuir tarefas relativas a
projetos ou aulas, dividir grupos de alunos para os mais variados fins…
Demandas que toda escola tem e que precisam ser atendidas!
Porém, quando isso
acontece, outros aspectos são deixados de lado, principalmente o estudo
conjunto e a reflexão sobre a prática. Isso gera um círculo vicioso porque, se
nós professores não vivenciamos reuniões formativas e reflexivas, acabamos nos
acostumando com a ideia de que os momentos coletivos servem apenas para
organizar tarefas (e, portanto, não servem para estudar…).
Na EJA, isso é
especialmente complicado, pois há muita carência de materiais e propostas
pedagógicas, o que eleva a importância do trabalho em equipe. Além disso, a
singularidade das turmas é muito marcante, o que torna ainda mais importantes
os momentos de compartilhar ideias e refletir coletivamente sobre a prática.
Uma das possibilidades é
reservar logo no início do ano, durante o planejamento, algumas reuniões cujo
foco seja de fato o estudo coletivo. Talvez assim seja possível garantir que
esses momentos não sejam completamente tomados pelas demandas de organização.
No blog Coordenadoras em Ação, percebo que
essa é uma preocupação constante: como usar o tempo sempre curto para melhorar
a formação dos professores e tornar a prática docente mais autoral e profunda?
A solução pode ser associar a prática com o aperfeiçoamento (veja um exemplo neste link).
Qual a sua opinião sobre
isso? Você concorda que é preciso encontrar caminhos para que as reuniões
pedagógicas sejam mais produtivas?
http://revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/06/11/estamos-perdendo-tempo-nas-reunioes-pedagogicas/
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